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Caixa gasta R$ 135,2 milhões para patrocinar equipes de futebol

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01 de fevereiro 2017

Ao mesmo tempo em que passa por uma série de reestruturações internas para, segundo declarou o presidente Gilberto Occhi à imprensa no início de janeiro, para “resolver a questão da eficiência” e arrumar capital para demitir mais uma leva de empregados, a Caixa Econômica Federal está gastando uma fortuna para patrocinar equipes de futebol.

Corinthians, com R$ 30 milhões em 2016, e Flamengo, com R$ 25 milhões no mesmo ano, são os times que mais receberam “incentivos” do banco público. Mas tem ainda o Cruzeiro, Atlético Mineiro, Vasco, Fluminense, Botafogo e Vasco, Coritiba, Atlético Paranaense, Sport, Chapecoense e, também, equipes da Série B, como o Avaí, Bahia e Atlético-GO.

Recentemente o LEC (Londrina Esporte Clube) também entrou na lista dos patrocinados pela Caixa, que em 2017 tinha 18 equipes, conforme demonstra o site do banco.

Ao todo, segundo afirmou Occhi ao Blog Poder360, a Caixa planeja “investir” R$ 132,5 milhões em patrocínios no futebol este ano, mesmo montante gasto em 2016. Com isto, o banco público detém o título de maior patrocinador do futebol brasileiro, sendo responsável por 53% dos repasses feitos às equipes.

Para Divonzir Lemos Carneiro, diretor do Sindicato de Cornélio Procópio, esse dinheiro poderia ser mais bem utilizado na contratação de mais bancários e em melhorias no atendimento aos clientes e usuários.

“Com essa reestruturação a Caixa já fez dois planos de apoio à aposentadoria nos últimos anos e pretende lançar outro este ano. Isto vai agravar os problemas existentes hoje com o atendimento e as condições de trabalho nas unidades, que estão com falta de pessoal”, aponta.

Ele cita ainda a economia que a atual diretoria do banco está tentando fazer ao impor aumento nas contribuições dos empregados ao Saúde Caixa, onerando consideravelmente o bolso dos funcionários. Isto obrigou as entidades representativas a entrar com ações na Justiça e já conseguiram liminar suspendendo essa medida unilateral.

Divonzir acredita que um banco 100% público, como a Caixa, não deveria gastar tanto dinheiro em patrocínio das equipes de futebol, que na verdade são verdadeiras empresas privadas interessadas tão somente em obter lucro com a revelação e venda de jogadores.

“Como brasileiro que sou, também gosto muito de futebol, mas antes de jogar tanto dinheiro fora com isso eu investiria primeiro na arrumação da casa e no seu sustento”, argumenta o diretor do Sindicato de Cornélio Procópio, avaliando que pelos serviços que presta a Caixa não tem necessidade de gastar com a valorização de sua marca, como fazem os bancos privados.

Por Armando Duarte Jr.