Representantes da Contraf-CUT e da Fenaban se reuniram na segunda (29/02), em São Paulo, para avaliar os canais de denúncias de assédio moral. Durante o encontro, foram apresentados alguns dados estatísticos, referentes ao segundo semestre de 2015, tanto do Instrumento de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, previsto na cláusula 56ª da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), quanto dos canais internos do banco.

Os dirigentes sindicais solicitaram a estratificação das denúncias feitas por meio dos canais internos dos bancos, como forma de filtrar aquelas que dizem respeito especificamente ao assédio moral.

“Precisamos ter uma visão mais objetiva deste problema, pois as denúncias encaminhadas através dos canais internos dizem respeito a uma série de questões, que vão desde problemas com aparelhos de ar condicionado a casos de conflitos no ambiente de trabalho”, explica Kelly Menegon, secretária de Saúde do Sindicato de Londrina.

De acordo com Kelly, as denúncias feitas através dos Sindicatos possibilitam um acompanhamento mais amplo das denúncias sobre assédio moral nos bancos.

Na reunião de avaliação do Instrumento de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, realizada no mês de dezembro, os dirigentes sindicais detectaram várias falhas relacionadas ao trânsito das denúncias encaminhadas pelos Sindicatos até que fosse feito o retorno pelos 10 bancos que aderiram a este canal de denúncias.  

“Este procedimento para tornar o ambiente de trabalho no banco mais saudável foi conquistado na Campanha de 2010. Ele assegura o sigilo do bancário e da bancária que encaminharem denúncias ao Sindicato e estabelece prazo de 45 dias para que os bancos signatários apresentem respostas a respeito das providências que foram tomadas para punir os agressores e outras medidas adotadas para combater esse tipo de prática”, destaca Kelly, acrescentando que as reuniões de avaliação visam avaliar o desempenho do programa e apontar meios para que o mesmo seja aperfeiçoado.

 A Contraf-CUT vai promover entre os meses de março ou abril uma oficina para capacitar os sindicalistas sobre a melhor forma de utilização deste instrumento. Novas reuniões sobre o tema estão agendadas para os dias 5 de maio e 22 de julho.

Aumento dos casos

Dados do MPT (Ministério Público do Trabalho), da 2º região de São Paulo, mostram a evolução dos casos de assédio moral nas empresas. Em 2014 o MPT recebeu 684 denúncias sobre assédio moral no trabalho, número três vezes maior do que o registrado em 2009, que ficou em 213. Até março de 2015, já foram instaurados 191 procedimentos para investigação.

De acordo com o órgão, o aumento do número de denúncias é devido ao maior conhecimento da atuação do MPT e à divulgação dos meios de comunicação. Também os Sindicatos de trabalhadores estão atuando com mais organização e conhecimento diante do tema.

Fonte: Sindicato de Pernambuco