Pedro Parente pede demissão da Presidência da Petrobrás

01 de junho 2018
Parente pede demissão da presidência da estatal um dia após a forte greve dos petroleiros. Uma das reivindicações da categoria era justamente sua saída do comando da empresa
O tucano Pedro Parente pediu demissão do cargo de presidente da Petrobras, acuado pela greve dos caminhoneiros, que denunciou a política de preços abusivos dos combustíveis, e dos petroleiros, que também pediram sua saída por ter adotado uma gestão voltada para facilitar a entrega da empresa a grupos internacionais.
Ele entregou a carta de demissão a Michel Temer (MDB) nesta sexta-feira (1º/06), na qual fala dos seus “feitos” durante os dois anos em que esteve à frente da Petrobras.
Greve vitoriosa
Sua saída foi comemorada pelos petroleiros e o por diversas entidades do movimento sindical brasileiro contrárias à forma como a empresa estava sendo administrada.
“Pedro Parente vai entrar para história como um péssimo gestor. Aquele que fez os brasileiros ficarem sem gasolina, sem energia elétrica, sem mantimentos. Ele não merece nem sequer passar mais na porta da Petrobras”, disse o coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), José Maria Rangel.
Para o sindicalista, as manifestações dos caminhoneiros e dos petroleiros conseguiram mudar a fama de bom gestor de Parente. “Ele foi causador do segundo apagão do nosso País [ocorrido durante o governo de FHC], que prejudicou imensamente a população brasileira, e agora sua política entreguista, de só olhar o mercado financeiro, causou uma crise de desabastecimento, além do desmonte de uma empresa que é patrimônio do povo brasileiro.”
Ao desmascarar os interesses privados e internacionais que passaram a pautar a gestão da Petrobras, os petroleiros, mobilizados em praticamente todas as refinarias, terminais e plataformas, conseguiram com que o representante da Shell colocado no Conselho de Administração da Petrobras renunciasse ao cargo no mesmo dia da greve, iniciada na quarta-feira (30/05).
Agora, como haviam anunciado, foi a vez de Pedro Parente, responsável pelo caos que se instalou no País pela paralisação dos caminhoneiros e por essa política de destruição de uma empresa que é estratégica para o crescimento e o desenvolvimento do Brasil.
A paralisação dos petroleiros, embora tenha sido impedida em sua totalidade pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), ao determinar uma multa de R$ 2 milhões por dia aos Sindicatos da categoria, saiu vitoriosa, segundo Deyvid Bacelar, do Sindipetro-BA.
Para ele, duas importantes reivindicações foram atingidas: a queda de Pedro Parente que foi colocado na presidência da Petrobras para favorecer o capital internacional e a conscientização da população que entendeu a política de preços da estatal praticada em prejuízo aos interesses de toda a sociedade brasileira que apoiou a greve da categoria.
“Saímos vitoriosos. A população apoiou a nossa paralisação e entendemos que apoiará também a greve dos petroleiros por tempo indeterminado para modificar de vez essa política prejudicial à Petrobras, aos petroleiros e à sociedade brasileira”, diz o dirigente.
Fonte: Contraf-CUT