Movimento fecha 7.673 locais de trabalho bancário no país no segundo dia

01 de outubro 2014
O balanço do segundo dia de greve nacional da categoria feito pela Contraf-CUT apontou o fechamento de 7.673 agências e Centros Administrativos de bancos públicos e privados nesta quarta-feira (1º/10), conforme balanço realizado com base nos dados enviados até as 18h00 pelos Sindicatos que integram o Comando Nacional da categoria.
Foi um crescimento de 16,75% (1.101 agências a mais) em relação ao primeiro dia de greve, quando 6.572 unidades foram fechadas.
A categoria parou em São Paulo até a Vila Santander (call center), telebancos do HSBC e do Bradesco, os centros administrativos ITM e Tatuapé do Itaú, SAC (Serviço de Apoio ao Cliente) e o CABB (Central de Atendimento) do Banco do Brasil. Paralisaram também o call center do Santander no Rio de Janeiro.
"O movimento está se ampliando rapidamente no Brasil todo, o que demonstra a insatisfação dos bancários com a postura dos bancos. Os trabalhadores aumentaram a produtividade, contribuindo para que as empresas tivessem lucros recordes - somente as seis maiores instituições lucraram R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano - e a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, mas os banqueiros apresentaram uma proposta econômica insuficiente e ignoraram as reivindicações sociais", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
A greve foi iniciada ontem (30/09), após as Assembleias da categoria terem considerado insuficiente a segunda proposta dos bancos, que eleva o índice de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais e de 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação) para os pisos. Os bancos também não apresentaram nada para acabar com as metas abusivas e o assédio moral, a rotatividade e as terceirizações, a insegurança e as discriminações.
Logo após a realização das Assembleias do dia 29 de setembro, que deflagraram a paralisação, a Contraf-CUT enviou ofício à Fenaban comunicando a decisão da categoria e informando que o Comando Nacional está à disposição para a retomada das negociações.
Veja abaixo a proposta completa dos bancos e as reivindicações da categoria.
PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DA CAMPANHA 2014
- Reajuste salarial de 12,5%
- Piso Salarial de R$ 2.979,25
- PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247,00
- 14º salário
- Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional)
- Gratificação de caixa: R$ 1.042,74
- Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo
- Vale-cultura: R$ 112,50 para todos
- Fim das metas abusivas
- Combate ao assédio moral
- Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde
- Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria
- Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós
- Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
- Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
VEJA A PROPOSTA DOS BANCOS REJEITADA PELAS ASSEMBLEIAS
- Reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real)
- Piso portaria após 90 dias - 1.240,89 (8% ou 1,55% de aumento real)
- Piso escritório após 90 dias - R$ 1.779,97 (1,55% acima da inflação)
- Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.403,60 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,39% de aumento real)
- PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.461,91
- PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02
- Antecipação da PLR - Primeira parcela depositada até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015
- Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.091,11, limitado a R$ 5.853,25 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro
- Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.818,51
- Auxílio-refeição - R$ 24,88
- Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 426,60
- Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 355,02
- Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 303,70.
- Gratificação de compensador de cheques - R$ 137,97
- Requalificação profissional - R$ 1.214,00
- Auxílio-funeral - R$ 814,57
- Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 121.468,95
- Ajuda deslocamento noturno - R$ 85,03
Fonte: Contraf-CUT