Trabalho no autoatendimento provoca esgotamento de bancári@s

01 de outubro 2021
Preocupados somente com a redução de custos operacionais e o consequente aumento nos lucros, os bancos investiram pesado nos serviços digitais para expulsar clientes das agências. Eles não pensaram que nem todas as pessoas têm habilidade ou mesmo condições de realizar suas operações bancárias pelos computadores, tablets ou celulares.
Com isso, aumentou de forma significativa a procura pelos caixas eletrônicos nas agências com o auxílio de poucos funcionários destacados para dar orientações. O resultado é a formação de filas enormes, aglomeração em plena pandemia do novo coronavírus (Covid-19), demora para ser atendido e sobrecarga de serviços para os bancários.
Segundo Valdecir Cenali, diretor do Sindicato de Londrina e representante do Vida Bancária na COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Bradesco, essa situação também resultou no aumento de golpistas nestes locais.
“Se a nossa preocupação era com a sobrecarga de serviços para bancários e bancárias que atuam no autoatendimento e com as reclamações justas dos clientes, agora também temos a questão da insegurança. Em Londrina, já ocorreram casos de ameaças de bandidos a bancárias por terem interferido para impedir que clientes fossem lesados, causando temor e problemas psicológicos”, recorda.
Valdecir afirma que golpes estão ocorrendo em todos os bancos e avalia que para acabar com isso é preciso aumentar o número de funcionários nas salas de autoatendimento e, também, disponibilizar vigilantes nestes locais. “Vamos cobrar dos bancos condições de trabalho e mais segurança, não só para a categoria, mas também para os clientes que são o alvo dos golpistas”.
Por Armando Duarte Jr.