JB classifica política de juros do Santander como 'crime de lesa-pátria'

02 de maio 2018
O editorial da edição da última quinta-feira (26/04) do "Jornal do Brasil" critica a política de juros adotada pelo Santander no País, que chega a 14% ao mês, ao mesmo tempo em que na Espanha cobra apenas 4% ao ano de seus correntistas.
Para o jornal, isto é uma espoliação consentida e avalia que o lucro de R$ 2,859 obtido pelo banco espanhol no Brasil no ano passado como um “escárnio para a economia do País”, por permitir que a agiotagem corra livremente, com taxas de juros de até 20% ao mês, cobrada de quem produz e trabalha e vive com a falência dos serviços de saúde, segurança e a estagnação econômica.
O editorial desmente o argumento da alta inadimplência e dos altos impostos cobrados no Brasil para justificar os juros extorsivos – 14% ao mês –, já que a taxa de maus pagadores no Brasil é menor que na Espanha, assim como as alíquotas de impostos. E lá a taxa de juros é de 4% ao ano.
O JB expõe também indignação quanto à inércia dos brasileiros, que não reagem. “Se reagíssemos, a história seria outra, com certeza. Em qualquer parte do mundo onde se pratica o sistema capitalista, a população e as empresas já teriam deixado de pagar dívidas ao banco, forçando a paralisação de suas atividades, tendo, como lastro para uma “desobediência devedora”, o crime de lesa-pátria, praticado pelo Santander contra a economia popular e contra toda a nação brasileira”, destaca o editorial, que prossegue: “Se o Congresso não nos defende da usurpação, temos certeza de que a Justiça acolheria o drama que vivemos, com a exploração dos três bancos que praticam agiotagem contra milhões de brasileiros e à economia nacional”.
O editorial lembra ainda que o Banco Central lava as mãos, o Congresso, que poderia propor medidas, silencia, e que o Carf perdoou dívidas fiscais da ordem de R$ 40 bilhões das instituições financeiras. Só o Itaú conseguiu se safar de R$ 25 bilhões no ano passado.
Mas os editorialistas do Jornal do Brasil vão além nas críticas, afirmando que o “lucro criminoso” não é competência exclusiva do banco espanhol, e que, em reportagens futuras, mostrará que o Itaú e o Bradesco também atentam contra a economia nacional e o povo brasileiro.
O jornal lembra ainda que em nenhuma economia no mundo, país algum pode viver sem a atividade bancária. “Em absoluto. Mas apenas o Brasil não possui bancos; aqui temos, sim, agiotas legalizados. Os números apresentados pelo Santander provam isso.”
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Fonte: Rede Brasil Atual/Terra