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21ª Conferência Nacional dos Bancários é aberta em SP

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03 de agosto 2019


A delegação do Vida Bancária na abertura da 21ª Conferência Nacional

“Estamos juntos com vocês, com as frentes populares, por que nossa luta é pelo emprego, pelos direitos, pelo patrimônio nacional. Nossa luta é pelo Brasil”, disse Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), ao declarar aberto a 21ª Conferência Nacional dos Bancários, na noite desta sexta-feira (2/08).

“O que eles querem destruir é essa nossa capacidade de construir uma sociedade diferente. Ainda bem que temos um ao outro, para poder pegar as mãos e caminhar juntos. Esse patrimônio que tem que ser cada vez mais ampliado. É por isso que as centrais aqui estão em unidade”, afirmou Juvandia, ao salientar o que assusta quem persegue a esquerda brasileira. “O que se sustenta é uma sociedade onde há equidade. A mudança que fazemos no mundo, temos que começar a fazer dentro de nós. Nós somos privilegiados por sermos militantes, compreendermos que é preciso fazer essa mudança.”

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, lembrou que no ano passado as negociações da Campanha Nacional 2018 ainda aconteciam nesta época. “Estávamos no hotel ainda, sem saber como seria nossa campanha, que era a primeira depois da reforma trabalhista. A gente sabia que ia ser duro. Nós montamos uma estratégia corretíssima e achamos saída para a conjuntura, que foi o acordo de dois anos. Agora, nesta conferência, estamos em outro patamar, pois nossos direitos já estão garantidos, assim como nosso aumento real. Pensamos no próximo passo, como vamos nos organizar. E nessa conferência estamos fazendo isso, nos preparando para a campanha do ano que vem. Como vamos fazer para chegar com unidade e com as estratégias corretas de negociação. São passos que temos de dar o tempo todo.”

Ivone observou ainda que cada vez mais fileiras da sociedade participam da luta. “Cada vez mais todos os tipos de gente estão vindo para a luta. As pessoas não têm mais jeito de ser neutros. As pessoas têm um posicionamento político. O que a gente percebe é que apesar de todo o esforço para acabar com nosso movimento, mais pessoas têm vindo para a luta”, disse. “Nesses dois dias, nós vamos debater muito como vamos organizar a resistência da nossa democracia, a resistência da nossa soberania e a resistência contra a retirada de direitos”, finalizou.

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, parabenizou o Comando Nacional dos Bancários pelo acordo de dois anos da Convenção Coletiva de Trabalho. “Eu me surpreendo muito quando ouço críticas a essa estratégia ousada e inteligente do Comando. Ela garante que esse governo, que estabelece o negociado sob o legislado não impeça o processo de negociação.”

O presidente da CUT lembrou que mesmo com todas as imposições desse governo fascista, os trabalhadores conseguiram barrar a proposta de capitalização da Previdência. “Conseguimos barrar o principal da proposta da reforma da Previdência, que era a capitalização. Mas, precisamos ainda mostrar para os brasileiros que quando forem pegar a sua aposentadoria o valor vai diminuir e muito”, disse.

Márcio Monzanne, secretário regional da Uni Américas, trouxe o apoio da entidade para esse momento difícil no Brasil. “Estão tentando desmontar o patrimônio público dos brasileiros. Agora vivemos um período de retomada da economia americana que está combinada com esse processo que o governo Bolsonaro tenta impor ao País. Precisamos combater esse processo e voltar com as políticas que promovem o desenvolvimento e a manutenção dos direitos dos trabalhadores.”

Para Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae (Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal), não devemos baixar a cabeça e encontrar apenas problemas na atual conjuntura.

“Ver aqui pessoas de todo o Brasil é muito bom! O slogan desta conferência ‘Nossa luta é pela soberania nacional, pela democracia, direitos e contra as privatizações’ me deixa muito otimista e a Fenae, embora não seja uma entidade sindical, todos seus diretores estarão empenhados nessa luta. Conversando com cada bancário e bancária da Caixa vamos mostrar que nossos direitos e nosso País estão em risco. Querem levar a Caixa para os fundos de mercado. Quem vai perder é o trabalhador e trabalhadora. Querem diminuir a importância da Caixa em programas de habitação e outros programas sociais. Tudo isso está em jogo. Não conseguimos achar que, com o desmonte dos bancos públicos, ainda vamos ter emprego. Precisamos ter emprego para nós e para nossos filhos, queremos renda e desenvolvimento econômico.”

Ao final da abertura, Juvandia entregou aos presidentes da centrais sindicais os formulários do abaixo assinado com 60 mil assinaturas coletadas por sindicatos dos bancários de todo o Brasil. As centrais sindicais vão entregar o material recolhido por todas as categorias e centrais no Congresso Nacional, no dia 13 de agosto.

Fonte: Contraf-CUT