Abertura do Encontro Nacional dos Funcionários do Santander destaca a truculência

03 de agosto 2021
Com o tema “Contra a precarização, em defesa da vida e do emprego”, o Encontro Nacional dos Funcionários do Santander, realizado nesta terça-feira (3/08), destacou, logo na abertura, os ataques que o banco promove aos direitos dos trabalhadores e a truculência na relação com as representações sindicais que os defendem.
Os trabalhadores ressaltaram que o Santander é o banco que mais promove ataques aos direitos dos seus funcionários e práticas antissindicais. No entanto, as representações dos trabalhadores têm conseguindo importantes vitórias contra o banco.
“Infelizmente o banco tem procurado uma via de confronto com o movimento sindical. Isso tem prejudicado os trabalhadores, mas o movimento sindical não tem deixado o banco fazer o que quer sem lutar contra estes desmandos. Nas últimas semanas conseguimos importantes vitórias nesta luta diária que temos contra o Santander neste momento, tanto via COE (Comissão de Organização dos Empregados), quanto via Comando Nacional dos Bancários”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Este encontro é importante para pensar e organizar essa importante luta, seja via negocial, ou nas batalhas sindicais e judiciais contra as medidas tomadas pelo banco”, completou.
Para o vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vinícius Assumpção, este talvez seja um dos mais importantes Encontros dos bancos privados. “O Santander tem sido o banco que mais tem promovido ataques aos direitos dos trabalhadores. Precisamos fazer um bom encontro para saímos fortalecidos nesta luta em busca de nossos direitos e em defesa de nossas conquistas”, ressaltou.
Gestão truculenta
A presidenta da UNI Finanças, Rita Berlofa, lembrou que o banco já foi tido como um dos que mais atendia as reivindicações dos trabalhadores e que as mudanças ocorreram na gestão de Sergio Rial.
“Estamos no dia a dia nesta luta insana com o Santander, que antes era um dos bancos onde conseguíamos mais avanços, mas nesta atual direção o banco se transformou no pior banco na relação com os trabalhadores. E isso tem nos obrigado a buscar a via judicial, mas essa não é nossa intenção. Sempre buscamos a via negocial, mas, diante da truculência do banco estamos obtendo importantes vitórias na Justiça”, destacou.
Rita ressaltou a importância do debate sobre as mudanças que estão ocorrendo na gestão do banco.
“Temos que avaliar estas mudanças que estão sendo promovidas na gestão banco, que tendem a nos mostrar que o banco continuará a buscar a via judicial e não a negocial na relação com os trabalhadores e suas entidades de representação”, disse, ao informar sobre a saída de Rial da Presidência, mas sendo mantido no Conselho Deliberativo, e a entrada de um diretor da área Jurídica para a área de RH do banco, que é a responsável pela negociação com os trabalhadores.
Luta na pandemia
Ao final da mesa de abertura, destacou-se o momento de crise sanitária e econômica no país e no mundo.
O presidente da Afubesp (Associação dos Funcionários do grupo Santander Banespa, Cabesp e Banesprev), Camilo Fernandes, lembrou das adequações que os trabalhadores tiveram que promover nas formas de luta por seus direitos neste momento de pandemia.
“A luta contra os ataques do Santander não é fácil, mas, mesmo neste momento de pandemia estamos conseguindo enfrentar o Santander e estamos obtendo importantes vitórias.
Ao final da mesa, todos foram convidados a fazer um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da Covid-19 e, em seguida a mesa foi encerrada com um vídeo do dirigente Adelmo de Assis Andrade, diretor de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários da Bahia, que se recuperou após ficar internado na UTI depois de ter sido contagiado pelo novo coronavírus.
Fonte: Contraf-CUT