Intransigência dos banqueiros alimenta mobilização dos bancários

03 de outubro 2016
A falta de um diálogo aberto acerca das reivindicações da categoria para a data base deste ano e da apresentação de uma proposta decente, após nove rodadas de negociação, fortalecem o movimento dos bancários e bancárias pelos avanços pretendidos na Campanha Nacional Unificada 2016.
Neste 28° dia de greve, segundo levantamento feito pela Contraf-CUT, foram fechadas 13.245 agências e 29 Centros Administrativos nos 26 Estados e no Distrito Federal.
“Os banqueiros erraram na estratégia ao tentar sufocar a greve com ameaças à categoria para aceitar essa proposta que nem repõe as perdas acumulada nos últimos meses. A categoria sabe o seu valor e tem consciência de que sem luta não terá avanços, por isso está de braços cruzados e não aceita retrocesso”, afirma Wanderley Crivellari, diretor do Sindicato de Londrina e representante do Vida Bancária na direção da Fetec-CUT/PR.
Nas bases dos 10 Sindicatos filiados à Fetec-CUT/PR, nesta segunda-feira (3/10), a greve atinge 75% das agências e nove Centros Administrativos, sendo quatro do HSBC, além de cinco financeiras.
Proposta indecente
A proposta, recusada pelo Comando Nacional dos Bancários mesa de negociações com a Fenaban prevê um acordo de dois anos, reajuste de 7% para 2016, mais abono de R$ 3.500,00. Para 2017, seria feita a reposição das perdas com a inflação e 0,5% a título de aumento real.
“Isso representa uma perda de 2,39% nos salários para este ano, no momento em que o custo de vida está em alta e os bancos continuam lucrando muito, o que torna inadmissível aceitar tal proposta”, argumenta Wanderley.
Não bastasse isso, a Fenaban não apresentou qualquer avanço na manutenção dos empregos, não se posicionou a respeito das reivindicações relacionadas à saúde e condições de trabalho. Para VA, VR e auxílio-creche o reajuste também seria de 7%, abaixo da inflação, quando esses itens subiram em média 14%.
Por Armando Duarte Jr.