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Onda de descomissionamentos expõe a falta de critérios da GDP

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04 de fevereiro 2019

Uma nova onda de descomissionamentos no Banco do Brasil fez novas vítimas com a perda do cargo e redução de salário via GDP (Gestão de Desenvolvimento por Competências).

Na avaliação da Contraf-CUT, o banco investiu milhões de reais no desenvolvimento da ferramenta, com treinamento de gestores e demais funcionários para efetivar a aplicação da GDP. Contudo, o dinheiro investido está sendo jogado fora, pois não se adota mais os critérios de avaliação em 360º conforme propagado.

Agora, para retirar o cargo dos funcionários, basta uma nota abaixo da média vinda do superior que o banco entende que pode efetivar o descomissionamento.

Terrorismo

A média das notas que historicamente era utilizada para avaliação de desempenho foi alterada ao longo dos anos pelo Banco do Brasil e os funcionários não entendem mais os critérios adotados.

O efeito imediato dessas ondas de descomissionamento é o terrorismo com todos os demais funcionários, principalmente os gerentes de relacionamento.

Acordo Coletivo assinado com os Sindicatos protege funcionários

Consta no Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho que o banco observará três ciclos avaliatórios consecutivos de GDP com desempenhos insatisfatórios, como requisito para dispensa de função ou de comissão em extinção de funcionário.

A falta de critérios e de transparência nas avaliações tem causado perplexidade nos funcionários que denunciam as Superintendências por pressionar os gestores imediatos a cortar o cargo e salários, mesmo sem critérios claros.

Nova superintendência dos escritórios digitais passa por cima das unidades locais

Uma informação apurada pelo Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região é que o novo superintendente nacional tem pressionado os gerentes a fazer o descomissionamento, uma vez que ele sequer conhece o funcionário que vai perder o cargo e ter redução de salário. Esse modelo de gerenciamento à distância cria o que os funcionários estão chamando de "gerenciamento desumanizado", já que sem conhecer os funcionários, a nova Superintendência trata os gerentes de relacionamento com descaso e sem observar as ferramentas básicas da gestão de pessoas.

Somente em Belo Horizonte, houve quatro descomissionamentos no último dia 1º de fevereiro.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o que mais causa indignação nos funcionários, além da falta de critérios é o comportamento dos gestores que não dão os chamados feedbacks.

“Houve caso em que o funcionário é premiado com PDG, mas naquele semestre a nota é considerada insuficiente. Como o banco pode premiar por desempenho alto e considerar fraco esse desempenho no mesmo semestre? De fato, é o fim da GDP. Orientamos os funcionários e funcionárias a acompanhar de perto suas avaliações, com as anotações e comentários necessários. Conforme já foi publicado pela Contraf-CUT, muitos gestores não anotam na GDP os feedbacks positivos com o objetivo de dificultar futuros questionamentos sobre critérios adotados”, salienta Wagner.

Fonte: Contraf-CUT