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Direitos e soberania são temas dos protestos no feriado de 7 de Setembro

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04 de setembro 2019

Feriado também é dia de luta, principalmente o de 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil. É nesta data, que há mais de duas décadas vem sendo realizado o Grito dos Excluídos, organizado pela CUT e outras entidades sindicais, MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), movimentos popular e social e Pastorais da Igreja Católica.

Diversas manifestações estarão ocorrendo em aproximadamente 130 cidades do País após os desfiles de 7 de Setembro, como forma de chamar a atenção da sociedade para temas sociais.

O tema deste ano é: Excluídos “Vida em primeiro lugar! Este sistema não vale: Lutamos por justiça, direitos e liberdade”, numa referência aos diversos projetos que estão tramitando no Congresso Nacional que prejudicam a Classe Trabalhadora, estudantes, aposentados e a população mais carente do País.

Em Londrina, a concentração para o 25º Grito dos Excluídos será iniciada às 8h00, na Praça Dom Pedro I (Av. Tiradentes em frente ao colégio Marista). De lá, os participantes do protesto sairão em caminhada, por volta das 10h00, até a Avenida Leste-Oeste, onde será realizado o desfile cívico.

“A gente precisa de um sistema que preserve as condições mínimas de sobrevivência e que respeite a qualidade de vida de milhões de trabalhadores”, avalia Sergio Nobre, secretário-geral da CUT Nacional.

Para o dirigente lutar pela soberania e direitos no Dia da Independência do país é muito simbólico e fundamental para denunciar esse governo que bate continência para a bandeira americana e destrói a vida dos que vivem no país.

“Nunca foi tão escandalosa a subordinação do Brasil como agora com um presidente que bate continência para a bandeira americana e representa a subordinação aos interesses dos Estados Unidos e isso não é bom para nenhum brasileiro, principalmente os excluídos de emprego, de diretos e das riquezas deste país”, ressalta Sergio.

Na avaliação dele, o Brasil tem que ser inserido na globalização de forma autônoma, com desenvolvimento social e econômico justo e, para isso, é preciso continuar na luta tanto no dia 7 quanto no dia 20, quando ocorrerá um Dia Nacional de Luta da Classe Trabalhadora.

“Os Sindicatos filiados à CUT e a esquerda brasileira precisam ir para as ruas no dia 7 para mostrarmos que o Brasil é uma grande nação independente e também para preparar e fortalecer a mobilização nacional em defesa da educação, do patrimônio público, da Amazônia e do emprego no dia 20 de setembro, também em todo Pais”, concluiu o Secretário-Geral da CUT, Sergio Nobre.

25º Grito dos Excluídos e a reforma da Previdência

Com o objetivo de defender a vida em primeiro lugar, o Grito dos Excluídos está em sua 25º edição e anuncia a esperança de um mundo melhor e promove ações de denúncias dos males causados por este modelo econômico. O Grito alerta para insustentabilidade deste sistema: “Este sistema não vale! Lutamos por justiça, direitos e liberdade”.

Daiane Hohn da coordenação nacional do Grito dos Excluídos falou sobre os 25 anos da articulação do Grito em defesa da classe oprimida e pontuou a construção desta edição na coletiva de imprensa da atividade, na sede da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil). em São Paulo, na terça-feira (3/09).

 "Começamos o ano com um crime, reincidente, em Brumadinho, e agora vemos as queimadas na Amazônia. São nove meses passando por notícias que comprovam que este sistema não é bom para o País e por isso convidamos toda a população a dar um grito de independência por democracia, soberania, contra a retirada de direitos e pelo direito à vida", afirma Daiane.

Na coletiva de imprensa do Grito o professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Eduardo Fagnani, criticou o atual projeto político brasileiro, que para ele não serve, pois é um sistema que promove a morte e não a vida. Além disso, o professor também disse que o Grito pode ser mais um espaço para a mobilização contra a reforma da Previdência, porque é uma medida que vai excluir milhares de pessoas ao direito de ter acesso a uma aposentaria digna.

 “A PEC 006 da Previdência quando veio do governo era pior que o texto de hoje e com luta dos trabalhadores foi possível retirar o aumento gradativo da idade mínima relacionada com a expectativa de vida para conseguir o benefício, tirou também o cancelamento dos reajustes da aposentadoria pelo salário mínimo, os trabalhadores rurais iam ter uma aposentadoria igual aos urbanos e também foi retirado”, informou o professor, que complementou: “Ainda dá tempo de virar o jogo e só com uma forte mobilização e com a forte atuação do movimento sindical será possível barrar esta proposta”.

Fagnani disse que este governo ainda não desistiu de desconstitucionalizar a Previdência com lei ordinária, um jeito mais fácil de conseguir tirar direitos.

“Apesar das retiradas de alguns pontos do texto, a reforma ainda é excludente e este governo não desistiu de lançar a capitalização. E é por isso que temos que continuar a pressão no Congresso Nacional, onde os senadores moram e chamar audiências públicas para ouvir o que as pessoas estão fazendo sobre o tema. O jogo não acabou e ainda tem como evitar esta tragédia no Senado”, avaliou o professor.

Fonte: CUT Nacional