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Sequelas da Covid-19 encerra mesa sobre retrato da categoria bancária

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04 de setembro 2021

O retrato da categoria bancária continuou a ser traçado durante a primeira mesa de trabalho da 23ª Conferência Nacional d@s Bancári@s, na manhã deste sábado (4/09), com a apresentação do resultado parcial da pesquisa feita em parceria com a Unicamp (Universidade de Campinas) sobre as sequelas da Covid-19 na categoria bancária.

A pesquisa mapeou a saúde do trabalhador bancário já acometidos pela doença afim de subsidiar o Comando Nacional dos Bancários nas negociações com os bancos e para garantir a devida proteção à saúde dos trabalhadores. Num questionário online, eles descreveram os sintomas e outros efeitos que permaneceram após a cura. Os dados fornecidos pelos entrevistados são todos protegidos. Somente dados totalizados é que serão divulgados.

Trata-se de uma extensa e aprofundada pesquisa que busca levantar sintomas e impactos na saúde, tanto na fase mais branda da doença como na mais rigorosa, inclusive em casos de reinvenção.

Mauro Salles, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), informa que receberam muitos relatos de colegas que estão sofrendo com as sequelas da Covid-19, alguns trabalhando sem as devidas condições. “A pesquisa, cujos dados preliminares já mostram que essa preocupação é real, vai nos ajudar a buscar garantir aos colegas uma atenção especial. Vamos atuar para garantir os direitos trabalhistas e previdenciárias, e cobrar dos bancos acompanhamento dos casos, com garantia de tratamento adequado e acompanhamento médico através do PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional), entre outras medidas”.

Para Mauro Salles, um dado que preocupa “é quando 31,2% dos bancários que responderam afirmam que o banco não lhe proveu assistência durante a infecção e 41,8% afirmaram que os bancos não disponibilizaram testes para Covid”.

A doutora Clarissa Lin Yasuda, médica e professora assistente de Neurologia da FCM/UNICAMP (Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas), informou que os resultados preliminares do inquérito sobre alterações neurológicas em bancários após a infecção por Sars-CoV-2 mostram que os sobreviventes persistem com diversas queixas. “Sentem-se com fadiga, ansiedade, dificuldades cognitivas. Além disso, aproximadamente 30% referem-se estar com capacidade de trabalho diminuída após a infecção. Esse estudo é de extrema importância para uma caracterização detalhada das limitações e possíveis sequelas secundárias a infecção. Somente com estudos científicos será possível convencer governantes sobre a magnitude dessas limitações”.

Pesquisa continua

A Contraf-CUT reforça a importância de os bancários responderem a pesquisa. “Esta pesquisa é importante para a gente negociar. Pedimos empenho aos Sindicatos. É mais uma fase na luta pela proteção da categoria bancária. A gente conta que bancárias e bancários procurem seus Sindicatos para responder essa pesquisa. Eles autorizam a divulgação dos dados gerais. A proteção da identificação está garantida”, explicou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que também é coordenadora do Comando Nacional da categoria.

Fonte: Contraf-CUT