Governo comemora lucro recorde das estatais

05 de abril 2018
Os lucros das estatais Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil foram celebrados pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB), que utiliza os lucros recordes dos bancos como forma de maquiar todos problemas sociais que ocorreram devido às práticas adotadas pelas estatais, ocasionando no fechamento de diversas agências, demissões de milhares de funcionários, além do aumento considerável nas tarifas e cobranças de juros altos.
As empresas públicas Eletrobrás e Petrobrás, juntamente com as estatais, BNDES, Banco do Brasil e Caixa, somaram ao todo durante os 12 meses do ano passado R$ 28,362 bilhões. Número que representa um aumento de 214% em relação ao ano anterior.
Este número serve de maquiagem para Temer, que insiste no discurso de superávit das estatais, desmentida pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), “Desde 2014, ano da Lava Jato, a Petrobrás vem tendo prejuízos. Ano passado tivemos R$ 400 milhões de prejuízo”, afirma José Maria Rangel, Diretor-Geral da FUP.
Especialistas consideram um perigo à economia brasileira os bancos públicos puxarem o lucro das estatais, visto que eles são resultantes de medidas de enxugamento de custos, além do aumento nos preços cobrados ao consumidor, e por fim, da drástica redução de verbas em áreas que precisam de investimentos, como a habitação e ampliação de crédito para micro e pequenas empresas.
“Lula e Dilma usavam as taxas menores dos bancos públicos para forçarem os particulares a baixarem o índice dos juros cobrados. No atual governo, o BNDES não tem utilizado taxas menores direcionadas para políticas como habitação, agricultura e setores da indústria. Os bancos também estão oferecendo menos crédito. Isso desativa um motor importante da economia”, avalia Marcelo Manzano, economista.
Em 2017, foi registrado o menor número de investimento em áreas que precisam de desenvolvimento desde o ano de 2000. Apenas 59% do que estava previsto para desenvolvimento foi executado, acionando R$ 50,4 bilhões, enquanto no início da década, apenas R$ 10 bilhões foram investidos, representando 68% do total destinado naquela oportunidade.
“Para o governo de Temer, não é estratégico manter a política de juros menores por parte das estatais, quando comparadas às privadas, pois a economia não consegue se recuperar”, explica o economista.
Fonte: Sindicato do Rio de Janeiro