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Entidades cobram retorno da mesa de negociação da Cassi

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05 de junho 2018

Nesta terça-feira (5/06), as entidades da mesa de negociação da Cassi se reuniram com o Banco do Brasil para entregar documentos sobre a proposta apresentada para a caixa de assistência e cobrar do banco a retomada da mesa de negociação.

Esse procedimento foi tomado porque o BB anunciou que apresentou proposta diretamente na governança da Cassi sem passar pela mesa das entidades.  A reunião aconteceu nas instalações da GEPS/RJ, no prédio do CCDB.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB apontou a contradição entre o que o banco tem escrito nos seus boletins sobre o processo de não decisão na Cassi e ao mesmo tempo remete a proposta para aquela instância.

A Contraf-CUT entregou aos representantes do banco um documento com contrapontos às propostas apresentadas pelo BB, tanto a primeira, quanto a segunda versão.

Clique aqui e veja o documento. 

As entidades são contra a proposta, mesmo a nova versão, uma vez que continua quebrando a solidariedade penalizando os menores salários, aumentando mais a contribuição dos associados, reduzindo a participação proporcional do BB e mudando o modelo de governança, o que quebra a paridade de gestão, incluindo agentes de mercado externos ao corpo de associados da Cassi.

A Contraf-CUT se reuniu anteriormente à reunião com o BB e com as demais entidades da Mesa: CONTEC, ANABB, FAABB e AAFBB para acordar o pedido de retomada das negociações, assim como discutir sobre os documentos apresentados por cada entidade.

A Contraf-CUT informou ainda às entidades que nos dias 7 a 10 de junho será realizado o Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil e também a Conferência Nacional dos Bancários, nos quais o tema Cassi será amplamente debatido e uma proposta para negociação será elaborada tendo como subsídios os debates entre os funcionários.

O Banco informou que vai levar a proposta de retomar a mesa de negociação para que seja avaliada junto ao comitê patrocinador, estrutura da direção do BB.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa, ao reafirmar a necessidade de retomar a mesa de negociação, os Sindicatos ratificam sua posição contrária à proposta do banco, que acarretará o aumento em dobro no valor das contribuições dos associados.

“Ao apresentar a proposta diretamente na Cassi, o banco prejudica o processo negocial, pois joga com o terrorismo contra o corpo funcional do BB. É importante esclarecer que nenhuma proposta pode ser implantada sem passar pela votação dos associados e aprovada também dentro da Cassi. Então, cada associado deve cobrar do banco a retomada da mesa com entidades de representação dos funcionários, bem como pressionar os eleitos na Cassi para que não votem essa proposta como está hoje, pois a mesma prejudica funcionários da ativa e aposentados", explicou.

Contraf-CUT repudia ataques de executivo do BB em rede social

Os representantes das Federações filiadas à Contraf-CUT repudiaram em mesa a atitude do executivo responsável pelas negociações do BB na sua página pessoal do Facebook, com ataques às representações e aos dirigentes sindicais, desqualificando dirigentes por não trabalharem no dia a dia do BB.

“Ao longo de todo o processo de negociação, mesmo nos tempos da ditatura militar, nunca houve um ataque público às representações sindicais, como esse publicado pelo representante do banco na mesa de negociação”, afirmou Wagner Nascimento.

O executivo do banco fez uma retratação na rede social e na mesa, contudo, a Contraf-CUT cobrou uma postura mais profissional, uma vez que o cargo de representante do banco é indissociável da pessoa, ainda mais quando pública, sobre um tema tão específico de função exercida, como negociação coletiva e a proposta da Cassi.

Sobre o episódio envolvendo os ataques aos dirigentes sindicais, o coordenador da Comissão de Empresa comenta que é lamentável esse tipo de postura nos dias de hoje e que os cargos que ocupamos exigem mais responsabilidade ao lidar com as redes sociais, inda mais com comentários carregados de preconceitos e desconhecimento sobre a atividade sindical.

“Os dirigentes sindicais têm jornadas até maiores que muitos funcionários no dia a dia, conhecem e visitam mais locais de trabalho, além de estarem sempre se atualizando e estudando sobre temas como negociação coletiva, economia, estatística, segurança e automação bancária, saúde e previdência complementar e todos os assuntos que envolvem o contrato de trabalho e a atividade bancária. Todas as funções são importantes dentro do banco, inclusive quem faz o contraponto às jornadas excessivas, assédio moral e descumprimento de direitos”, completou Wagner.

Wagner Nascimento disse ainda que “é importante agora retomar o processo negocial com serenidade e equilíbrio, uma vez que há expectativas quanto às negociações da Cassi durante a Campanha Nacional dos Bancários”, finalizou.

Fonte: Contraf-CUT