Bradesco e HSBC se reúnem com dirigentes sindicais

05 de agosto 2015
Os representantes dos trabalhadores bancários estiveram reunidos na tarde de ontem (4/08), em São Paulo, com os RHs (Recursos Humanos) do HSBC e do Bradesco. A reunião foi solicitada pelos sindicalistas com o objetivo de discutir o emprego e os direitos dos funcionários do HSBC após a incorporação das operação brasileiras pelo Bradesco.
Os dirigentes sindicais reivindicaram de ambos os bancos a manutenção dos empregos e dos direitos da categoria, visto que o processo de compra e venda tem gerado ansiedade e insegurança aos milhares de funcionários do HSBC.
Os representantes dos bancos informaram que, no período de pelo menos seis meses, até que se concluam as questões legais e a homologação pelos órgãos reguladores, a gestão será feita pelo do HSBC. A previsão é de que o Bradesco assuma definitivamente as operações em janeiro de 2016. Segundo os representantes do HSBC, não existe nenhuma intenção de realizar processo de demissões em massa, pois o banco precisa estar operando normalmente e com estabilidade até o final da transação.
Já os representantes do Bradesco foram enfáticos ao afirmar que a compra foi realizada para o crescimento da instituição e ao lembrar que, em todos os processos de aquisições anteriores, houve diálogo e aproveitamento dos quadros dos bancos adquiridos.
O Bradesco afirmou ainda que, dentre todas as fusões, esta é a que tem melhor complementariedade e que não foi feita nenhuma recomendação ao HSBC para realizar enxugamento ou reestruturação. Segundo os representantes, o banco passará a responder pelas negociações a partir do momento que assumir e conhecer melhor o HSBC.
Diálogo aberto
O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Elias Jordão, participou da reunião e cobrou do Bradesco uma sinalização concreta sobre a intenção de manter os empregos dos bancários. Ao serem questionados sobre o destino das estruturas existentes na capital paranaense, os representantes do banco afirmaram que há possibilidade de manutenção ou transferência de operações para Curitiba. Disseram ainda que alguns processos levam tempo para migração e, como é de praxe em todas as aquisições, haverá realocações e aproveitamento do quadro funcional do banco adquirido.
Apesar disso, o Bradesco informou que não há, nesse momento, como dar garantias quanto ao futuro. Contudo, o banco disse estar aberto ao diálogo e à negociação. Por fim, ambos os bancos informaram que nada de diferente deve acontecer dos próximos seis meses e que o canal de diálogo continua aberto. Também ficou acordado o cumprimento integral dos acordos aditivos do Bradesco e do HSBC.
Para Elias Jordão, apesar da reunião ter sido positiva, é preciso estar monitorando diariamente o comportamento do HSBC. "Cobraremos com firmeza, até o final da gestão do banco inglês, a garantia do emprego dos trabalhadores, afinal não se pode pensar apenas na estabilidade do funcionamento do banco. É preciso estabilidade emocional para seus funcionários", afirma. "Em seguida, cobraremos o mesmo do Bradesco", acrescenta.
Para o presidente da Fetec-CUT-PR, Junior Cesar Dias, que também participou da conversa, esta foi só a primeira de uma série de reuniões que serão feitas com os representantes dos dois bancos. "Apesar das administrações ainda estarem separadas, estaremos atentos ao processo de transição no que diz respeito à manutenção do emprego, tanto nos Centros Administrativos quanto na rede de agências. Para os administradores do Bradesco, um banco é feito de pessoas e tecnologia. Nós, que representamos os trabalhadores, acreditamos que as pessoas devem ser prioridade neste momento", resume.
Por Renata Ortega/Sindicato de Curitiba