Fenaban apresenta à Contraf-CUT resultados sobre o II Censo da Diversidade

05 de novembro 2014
No dia 3 de novembro, em São Paulo, representantes da CGROS (Comissão de Gênero, Raça, PCDs, Orientação Sexual e Indígenas) participaram de reunião com a Fenaban para assistir à apresentação sobre os resultados do II Censo da Diversidade, realizado junto à categoria bancária entre o dia 17 de março e 9 de maio deste ano. Os Sindicatos do VIDA Bancária estiveram representados na oportunidade pelo diretor do Sindicato de Londrina e titular da Comissão pela Fetec-CUT/PR, Jair Sambudio.
Jair lembra que em 2008, por pressão da CGROS e do movimento sindical, foi realizado o I Censo da Diversidade na categoria, depois de ter sido comprovado junto ao MPT (Ministério Público do Trabalho) a prática de discriminação nas contratações, na ascensão profissional e remuneração em relação a gênero, raça, direitos dos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais) e não cumprimento da Lei de Cotas na inclusão de trabalhadores com deficiência na categoria.
“Após seis anos, conquistamos em negociação através da Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades a realização do II Censo da Diversidade, com o pressuposto de corrigir as distorções da discriminação no Sistema Financeiro em relação à inclusão, contratação, ascensão profissional e remuneração, temas fundamentais tanto na categoria como na sociedade brasileira e mundial, reforçando a luta da CGROS, bem como da Contraf/CUT, Federações e Sindicatos, que estão juntos na vanguarda pela transformação social pelas pautas dos direitos humanos e trabalhistas na diversidade”, destaca o dirigente.
De acordo com os dados apresentados pela Fenaban, o II Censo foi respondido por 187.411 mil bancários e bancárias, representando 41% da categoria. Estes números estão sendo analisados pelos integrantes da Comissão.
Corrigindo distorções
"Uma das maiores distorções que foi corrigida neste Censo foi a invisibilidade das pessoas LGBT na categoria, que nada constou no primeiro Censo. Nesta edição isto foi corrigido com duas importantes questões sobre Orientação Sexual e Identidade de gênero com relação a heterossexuais, homossexuais, bissexuais, lésbicas, travestis e transexuais, entre outros, mostrando e se confirmando a responsabilidade do movimento sindical e da CGROS em relação à inclusão do trabalhador e trabalhadora por inteiro e não pela metade, como se não existissem na categoria”, salienta Jair Sambudio.
Segundo ele, estas questões foram muito bem aceitas por todos que a responderam ao questionário, diante da seriedade e profissionalismo que este tema controverso tem sido abordado na categoria de forma madura com relação à dignidade da pessoa humana e sua diversidade.
“Este é o único Censo no pais a abordar estas questões com profundidade e seriedade, reconhecendo assim a existência e dando a visibilidade necessária na categoria por orientação sexual e por identidade de gênero”, afirma o diretor do Sindicato de Londrina, avaliando que há muito ainda no que avançar para corrigir as distorções com relação a discriminação nos bancos, como, por exemplo, a Lei de Cotas para PCDs, e a inclusão, quase inexistente na categoria, de negras e negros, principalmente no Sul do país atuando nos caixas e gerentes.
”É muito raro vermos na linha de frente das agências pessoas da raça negra, pois eles trabalham em departamentos isolados e só aparecem em propagandas e mídia dos bancos”, acrescenta.
Jair adianta que após feita uma avaliação detalhada dos resultados do Censo pela Comissão, o movimento sindical convidará outros atores, como o MPT, OIT (Organização Internacional do Trabalho),IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Movimento igualdade Racial, LGBT, Mulheres, PCDS, IPEA, CEERT e representantes políticos, com o objeto de criar planos de ações para corrigir e avançar nas conquistas relacionadas à igualdade de oportunidade e de tratamento, tanto na categoria bancária, como na sociedade.