Banco faz acordo de R$ 134 milhões para encerrar investigação na Suíça

06 de junho 2015
O HSBC fechou um acordo com as autoridades na Suíça que vai custar cerca de R$ 134,5 milhões. O objetivo é encerrar a investigação sobre lavagem de dinheiro na filial, no caso que ficou conhecido como Swissleaks, fruto de investigações de jornalistas de diversas partes do mundo.
O banco não admitiu culpa no caso. Segundo informaram as autoridades de Genebra, essa é a maior punição financeira já imposta a um banco.
Em nota, a direção do HSBC afirmou que investigação foi encerrada pela falta de evidências que justificassem ações criminais. O pagamento, conforme alegou o banco, é para compensar as autoridades por falhas organizacionais do passado e que não resultarão em punições criminais.
A direção afirmou ainda que a investigação da promotoria identificou que nem o banco e nem os seus empregados são suspeitos de cometer nenhum crime atualmente. "O Ministério Público de Genebra reconheceu o progresso que o banco fez nos últimos anos, incluindo melhorias nas suas funções de compliance, processos internos e tecnologia", disse o banco.
Entenda o caso
O braço suíço do banco HSBC ajudou clientes milionários e criminosos condenados em escândalos de corrupção e por tráfico de drogas a sonegarem impostos e a esconderem milhões de dólares em investimentos, distribuindo produtos bancários não identificados e orientando sobre como escapar das autoridades do fisco, segundo um dossiê formado por informações bancárias vazadas.
Os dados – obtidos por meio da colaboração internacional de organizações de notícias, que inclui o "Guardian" – revelaram que o private bank (área de gestão de fortunas) do HSBC na Suíça: 1) rotineiramente permitia aos clientes retirarem maços de dinheiro em espécie, frequentemente em moedas estrangeiras sem uso na Suíça; 2) comercializava serviços para que clientes milionários evitassem impostos; 3) ajudava alguns clientes a dissimularem contas não declaradas (caixa 2); 4) fornecia contas bancárias para criminosos internacionais, homens de negócios corruptos e indivíduos considerados de alto risco.
O caso está sendo investigado no Brasil pela Receita Federal e a Polícia Federal, que estão apurando operações realizadas por brasileiros em contas secretas mantidas pelo HSBC na Suíça. Segundo o blog do jornalista Fernando Rodrigues, do Brasil são 6.606 contas bancárias (que atendem a 8.667 clientes) e um valor movimentado entre 2006 e 2007 equivalente a cerca de R$ 20 bilhões.
Fonte: Folha de S.Paulo/Reuters