Força da greve leva Fenaban a agendar negociação para sexta (9/09)

06 de setembro 2016
O primeiro dia de greve da categoria bancária em todo o Brasil é considerado o maior da história. Em resposta a proposta rebaixada da Fenaban, 7.359 agências, Centros Administrativos, CABB (Central de Atendimento) e SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) tiveram as atividades paralisadas nos 26 Estados e Distrito Federal.
Em função dessa grande mobilização, nesta tarde a Fenaban entrou em contato com o Comando Nacional dos Bancários e agendou nova rodada de negociações para sexta-feira (9/09), às 11h, em São Paulo.
Segundo informou a Contraf-CUT, os números de adesões deste ano são 17,7% do que os computados no movimento do ano passado.
“Como diz o mote da Campanha: ‘só a luta te garante’, a categoria foi para as ruas contra o arrocho, por melhores salários e a valorização do seu trabalho. Esperamos que agora os bancos voltem para a mesa com uma proposta próxima do que estamos reivindicando”, comenta Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina.
Histórico da Campanha 2016
Desde a data da entrega da minuta de reivindicações dos bancários à Fenaban, no dia 9 de agosto, já ocorreram cinco rodadas de negociações e os banqueiros não apresentaram proposta decente aos trabalhadores. A proposta que a Fenaban apresentou no dia 29 de agosto foi de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para os bancários.
Entre as reivindicações dos bancários estão: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.
Lucros exorbitantes
Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.
Desemprego
Bancários e bancárias convivem com um ambiente de trabalho adoecedor, desgastando a sua saúde física e mental ao longo de jornadas de trabalho extenuantes, sem pausas para descanso, com metas de produção inalcançáveis e cada vez mais crescentes, convivendo com riscos de assaltos e de sequestros e tendo de dar conta de inúmeras tarefas. A última estatística divulgada pelo INSS, entre janeiro e março do ano passado, revelou que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.