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Lucro da Caixa vai a R$ 8,1 bilhões, mas patrimônio diminui

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07 de setembro 2019

O lucro de R$ 8,1 bilhões obtidos pela Caixa Econômica Federal no primeiro de semestre de 2019, apresentado no balanço desta semana, não traz nenhum motivo para comemorar. O crescimento de 22,2% em relação ao resultado verificado no ano anterior e de 7,4%, ao trimestre anterior, só veio graças à entrada no caixa do dinheiro da venda das ações da Petrobras, operação realizada em junho. Sem isso, o banco teria lucrado R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre, com uma alta de apenas 3%. O chamado lucro recorrente.

Os papéis foram negociados no final de junho e movimentaram R$ 7,3 bilhões. A Caixa detinha 2,3% das ações da Petrobras. Com um total de 241,3 milhões de ações ordinárias.

Para Dionísio Reis, coordenador da CEE (Comissão Executiva dos Empregados) da Caixa, essa é uma manobra que faz parte da gestão entreguista do atual presidente, Pedro Guimarães. “É a tentativa de fatiar a Caixa, que visa o enfraquecimento da instituição para uma futura privatização. Não podemos permitir que isso aconteça. A Caixa é e terá de permanecer 100% Pública”.

Dionísio destaca que o balanço traz, na verdade, uma grande preocupação. A carteira de crédito da Caixa totalizou R$ 682,445 bilhões no segundo trimestre, queda de 0,5% ante o primeiro e de 1,9% em um ano. O crédito para Pessoa Jurídica encolheu 30,7% entre junho do ano passado e deste ano. Para pessoa física, a redução foi de 7,9%. A carteira de crédito rural foi encolhida em 22,7%. “A realidade é que o lucro cresce, mas o banco diminui. Estamos vendo um claro ataque a uma das instituições mais fortes do Brasil”.

Outro indicador do enfraquecimento do banco é o financiamento imobiliário. O aumento da oferta de crédito da Caixa para o setor cresceu de forma mais modesta do que de outros bancos, ficando em 3,6%. “É muito pouco para o líder de mercado.”

Devolução do IHCD também enfraquece a Caixa

Outro ataque da atual gestão à Caixa é a devolução dos recursos de Instrumento Híbrido de Capital e Dívida. Para agradar o ministro Paulo Guedes, a atual direção quer devolver R$ 10,35 bilhões até o fim do ano, sendo que R$ 3 bilhões foram transferidos em julho e R$ 7,35 bilhões estão pendentes de autorização do Banco Central.

Fonte: Contraf-CUT