Greve cresce no segundo dia e paralisa atividades de 8.763 agências no país

07 de outubro 2015
O segundo dia da greve da Campanha Nacional Unificada 2015, nesta quarta-feira (7/10), foi marcado pelo crescimento da mobilização em todo o Brasil. Nos 26 Estados e no Distrito Federal, 8.763 agências e Centros Administrativos permaneceram fechados durante todo o dia. Isto representou a adesão de 2.512 agências, cerca de 40% maior que a paralisação do primeiro dia de greve.
Na avaliação do Comando Nacional dos Bancários, pesou na ampliação do movimento a postura dos bancos nas mesas de negociação e, também, a informação de que os executivos terão aumento de até 81% na remuneração, enquanto a Fenaban ofereceu um índice de apenas 5,5%, bem abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses.
Para o Comando, os bancos querem abandonar o modelo de negociação que garantiu aumento real para a categoria nos últimos 11 anos e voltar ao que vigorou na década de 90, quando imperou o congelamento dos salários nos bancos federais e acúmulo de perdas na remuneração.
Greve forte conquista
Nos últimos anos, a categoria bancária vêm conquistando aumentos reais de salário e foi a força da greve que levou os banqueiros a retomar as negociações e a apresentar uma nova proposta. Na Campanha Nacional 2015, a greve vem crescendo e o período de sua duração será definido pela força da mobilização dos bancários.
Somente uma forte pressão garantirá uma proposta decente, que respeite a imensa participação dos bancários, com seu trabalho, nos lucros astronômicos que os bancos vêm apresentando.
Principais reivindicações da categoria
- Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
- PLR: 3 salários mais R$7.246,82
- Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último)
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional)
- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários
- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs)
Fonte: Contraf-CUT