Bancos cortam 989 postos de empregos em janeiro, o pior resultado desde 2014

08 de março 2017
Os bancos brasileiros iniciaram o ano de 2017 com mais demissões. Em janeiro foram fechados 989 postos de trabalho em todo o país. É o segundo pior resultado para o mês desde 2014, quando foram fechados 1.024 postos. Os estados com mais demissões foram São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, de acordo com a PEB (Pesquisa de Emprego Bancário), divulgada ontem (7/03) pela Contraf-CUT.
A análise por setor de atividade econômica ainda demonstra que os bancos múltiplos, com carteira comercial, que engloba grandes instituições como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Juntos, fecharam 833 postos de trabalho, 84,2% do total.
Confira aqui gráficos e mais dados da pesquisa
Mulheres sofrem discriminação nos bancos
O estudo da Contraf-CUT, em parceria com o Dieese, com base nos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, também revela que mulheres bancárias continuam sendo discriminadas nos bancos.
As 944 mulheres admitidas no primeiro mês de 2017 receberam, em média, R$ 3.424,56. Esse valor corresponde a 70,1% da remuneração média auferida pelos homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres é observada também na demissão. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos em janeiro recebiam R$ 5.620,09, o que representou 71,0% da remuneração média dos homens que foram desligados dos bancos.
Motivos dos Desligamentos
De acordo com a PEB, do total dos desligamentos ocorridos nos bancos (2.934), 67% foram sem justa causa, perfazendo 1.960 desligamentos. Os desligamentos a pedido do trabalhador representaram 26% do total (747 desligamentos).
Faixa Etária
Os bancários admitidos concentraram-se na faixa etária até 24 anos de idade, com saldo de emprego nessa faixa positivo em 718 postos. Os desligamentos se concentraram nas faixas etárias superiores a 25 anos e, especialmente, entre 30 a 64 anos, que registrou um saldo negativo de 1.642 postos de trabalho (56,0% do total de postos fechados).
Tempo no emprego
Entre os 2.934 bancários desligados, a maior parte tinha 10 ou mais anos no emprego (1.015 cortes que correspondem a 34,6% do total). Outros 709 tinham entre 5 e 10 anos no emprego (24,2%). Ou seja, observa-se que o corte dos postos nos bancos se deu principalmente entre aqueles com maior tempo de casa, sendo compatível com o fato de serem os trabalhadores mais velhos.
Fonte: Contraf-CUT