Movimento sindical precisa recuperar agenda propositiva, afirma Dieese

08 de outubro 2019
Sob ataque, o movimento sindical precisa se reorganizar para apresentar novamente uma agenda propositiva, disse o diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio, que participou na terça-feira (7/10) da abertura do 13º Concut (Congresso Nacional da CUT), em Praia Grande (SP).
“A agenda para sair desse Congresso é de reorganização em busca de uma estratégia propositiva. Rearticular o campo da esquerda em uma linha desenvolvimentista e de combate à desigualdade”, afirma Clemente. Um desafio de grande porte, considerando o “nível de adversidade monstruoso”, como ele define o atual momento.
Poucos anos atrás, lembra Clemente, o movimento sindical tinha interlocução com o governo. Agora, o sindicalismo se encontra”sob ataque, que já vem com a reforma trabalhista e agora num ataque direto com a reforma sindical”. A referência é a possíveis medidas que serão anunciadas pelo governo.
Para Clemente, são três frentes de atuação: para dentro da CUT, em busca de uma unidade mais ampla envolvendo as centrais e a tentativa de “alguma aliança capital-trabalho na perspectiva do desenvolvimento”.
Ele observa ainda que a economia também segue sem perspectiva de recuperação efetiva, inclusive em 2020. “Vamos para cinco anos de crise pesada, e uma saída da crise muito lenta, o Estado cada vez mais debilitado”.
O técnico do Dieese acredita que o movimento sindical deve buscar formas de articular esses setores mais desorganizados da força de trabalho, os informais, que são os que têm crescido no País após a criação pela reforma trabalhista de novas formas de contratação de mão de obra.
O 13º Concut teve a abertura forma na noite de terça-feira (7) e será encerrado no dia 10, após a aprovação do Plano de Lutas da Central Única dos Trabalhadores para o próximo período.
Por Vitor Nuzzi/Rede Brasil Atual