22ª Conferência Estadual dos Bancários define propostas para o evento nacional

09 de julho 2020
Com a participação de aproximadamente 140 pessoas, entre convidados, delegados e delegadas representando as 10 bases sindicais da FETEC-CUT/PR (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná), foi realizado no último sábado (4/07), por videoconferência, a 22ª Conferência Estadual dos Bancários, que aprovou as propostas da categoria no Estado para o evento nacional.
Após a abertura da Conferência o coordenador técnico nacional do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) Fausto Augusto Junior, fez uma explanação sobre o trabalho e o sindicalismo no atual momento e após a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Roberto Baggio, coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), fez uma análise das crises política e econômicas no Brasil em decorrência das ações desastrosas feitas pelo governo Jair Bolsonaro.
Durante o evento foi eleita a delegação que representará as bases da FETEC-CUT/PR na 22ª Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada nos dias 17 e 18/07, também por videoconferência.
A Regional Vida Bancária será representada pelos seguintes dirigentes: Carlos Roberto de Freitas, do Sindicato de Arapoti, Débora Patrícia Neres de Melo, Eunice Tieko Miyamoto, Felipe de Albuquerque Pacheco e Laurito Porto de Lira Filho de Londrina e Rosemari Zanin, do Sindicato de Apucarana.
Propostas para a Campanha 2020
Por ampla maioria (99% favorável e 1% de abstenção), todos os delegados e delegadas da 22ª Conferência Estadual dos Bancários aprovaram as propostas que serão encaminhadas para a Conferência Nacional.
Entre outros pontos, o Estado defende nas negociações da Campanha 2020 reposição salarial com base na inflação acumulada entre setembro de 2019 e agosto de 2020, acrescida de mais 5% de aumento real; PLR de três salários mais R$ 9.360,75, corrigido pelo índice que será acordado; defesa incondicional dos bancos públicos; pauta gerais negociadas em mesa única; considerar o teletrabalho como uma solução transitória para suprir a necessidade urgente de proteção de bancários, clientes e usuários, decorrente da pandemia; entre outros.
Teleconferência em tempos de pandemia
Por se tratar de uma maneira nova de se fazer conferência, os participantes avaliaram como positivo este novo formato. “Essa é a primeira Conferência no Paraná e no Brasil de forma virtual, em que a categoria avaliou o cenário econômico, político e de saúde pública. Embora a gente sente a falta de fazer um congresso presencial, por conta de uma maior interação com os participantes, fazer este evento pela internet foi interessante por questões logísticas. Avalio como positiva esta experiência”, disse Deonísio Venceslau Schmidt, presidente da FETEC-CUT/PR.
Júnior César Dias, secretário de Comunicação da entidade, que já coordenou o Congresso da FETEC, também realizado por videoconferência no dia 23/05, afirma que a experiência demonstrou a necessidade e a importância do mundo virtual para a organização dos trabalhadores. “Nossa avaliação é a melhor possível, tanto no que diz respeito ao resultado dos debates referentes às necessidades da categoria, quanto na eficácia do novo modelo, que agora faz parte da nossa organização”.
Teletrabalho
Uma das grandes preocupações apontadas durante a conferência é com relação ao chamado teletrabalho. A pandemia trouxe essa forma de trabalhar em que o bancário e bancária podem trabalhar de forma remota. Contudo, tanto a FETEC, quanto os Sindicatos filiados estão cobrando dos bancos respeito a algumas medidas.
Para estas entidades de defesa do trabalhador, o teletrabalho deve ser encarado pelos bancos como uma solução em transição, como forma de proteção aos trabalhadores e clientes. Quando o período pós-pandemia chegar, será necessário que sejam garantidos aos trabalhadores que continuarem nesta modalidade de trabalho os mesmos direitos para os bancários em regime presencial e remoto; acordo entre as partes, de início e reversão do regime e de opção para alguns dias da semana serem presenciais; o fornecimento pelos bancos de tecnologias, equipamentos, mobiliários ergonomicamente adequados a preservação da saúde do bancário; controle de jornada por cartões ponto para todos os bancários e bancárias, excetuando-se somente os detentores de função de confiança, na forma do artigo 62, II, da CLT, com mecanismo de desconexão dos dispositivos digitais a partir do encerramento da jornada diária; fornecimento mensal aos sindicatos, da relação por base sindical, dos bancários em regime de teletrabalho contendo nome, registro funcional, telefone e e-mail; previsão da realização de reuniões virtuais coletivas pelas entidades sindicais com os bancários em teletrabalho.
Deonísio revela quais medidas propostas pelo Paraná serão levadas para a Conferência Nacional. “Não temos dúvida que a pandemia vinda como uma resposta do universo é algo que modela o mundo a partir de agora em todas as suas relações, inclusive no trabalho. O teletrabalho exigido pelo movimento sindical como forma de eliminar as aglomerações dentro dos bancos e preservar a saúde e a vida dos bancários, clientes e usuários neste momento de pandemia foi uma conquista. Por isso, encaminhamos um conjunto de propostas que visam a proteção dos bancários que estão em trabalho remoto em suas casas, a fim de preservar a vida familiar e a saúde do trabalhador”, garante.
Texto e foto: Flávio Augusto Laginski/FETEC-CUT/PR