GT de Saúde e Condições de Trabalho discute programa de retorno

10 de abril 2017
Na última quarta-feira (5/04), o GT (Grupo de Trabalho) de Saúde e Condições de Trabalho do Itaú se reuniu na Contraf-CUT para debater o programa de retorno e readaptação ao trabalho. Na ocasião foi ressaltado que desde o seu início, o GT prioriza sempre a prevenção das doenças e, portanto, umas das pautas mais importantes é a organização no local de trabalho, cujo fator de maior influência é a gestão organizacional. Partindo desse preceito umas das primeiras conquistas desse GT foi a redução das metas do Agir (ação gerencial do Itaú para resultados) de 12 para 11 meses, em que o bancário e a bancária têm direito a férias de 30 dias.
No entanto, muitos funcionários ainda adoecem no banco devido a uma gestão agressiva em busca de resultados sem levar em consideração o lado psicológico e fisiológico dos trabalhadores.
Kelly Menegon, secretária de Saúde do Sindicato de Londrina e representante do Vida Bancária na COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Itaú, avalia como muito importante buscar avanços junto ao banco no que diz respeito à saúde e condições de trabalho, incluindo aí a readaptação daqueles que ficaram afastados.
“O banco tem um programa próprio, intitulado de “Programa de Readaptação”, porém, o mesmo não contempla todos os itens necessários a um retorno ou acolhimento adequados, porque ele não consegue evitar um novo agravo na situação psicológica e fisiológica dos trabalhadores e trabalhadoras”, critica.
Na ocasião foram destacados pontos importantes para a construção de um programa como esse, entre eles um primordial é ter a participação dos trabalhadores através de seus representantes na construção e acompanhamento; os trabalhadores devem sentir-se seguros, para tanto não podem ser demitidos no meio do programa, principalmente por produtividade, pois os mesmos estão com redução da sua capacidade produtiva e, para tanto, é importante que estejam fora de avaliações desse tipo; equipe multidisciplinar; o ambiente deve estar adequado para que sua enfermidade não se agrave e não deve haver nenhum tipo de discriminação ou assédio moral.
Segundo os representantes do banco o programa serve pedagogicamente para demonstrar a necessidade do tratamento diferencial aos funcionários com restrições e que não deve haver discriminação ou assédio moral.
“Em breve negociaremos com o banco a cláusula 57 º da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), que estabelece o Programa de Desenvolvimento Organizacional para a Melhoria Contínua das Relações de Trabalho. Este é o caminho para discutirmos as metas, o assédio moral e outros fatores existentes que causam o adoecimento na categoria”, salienta.
O movimento sindical propôs que o banco faça uma campanha de esclarecimento para todos dentro da instituição sobre essa questão.
Após debates ficou acertado que o movimento sindical faria uma contraproposta com relação ao programa de readaptação do banco.
O Itaú informou a existência de um “Programa de Acolhimento das mães”, que quando retornam de Licença-maternidade e precisem de uma atenção especial, o banco está dando continuidade no novo sistema para cadastramento de afastamentos, licenciamentos de funcionários pela Previdência Social.
Esse sistema é fruto de denúncias do movimento sindical sobre os problemas com cadastramento do afastamento e licenciamento dos funcionários, o que muitas vezes chegou a gerar demissões indevidas e endividamentos. Os Sindicatos estão denunciando demissões de bancários dentro desse programa,
Fonte: Contraf-CUT