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Em três meses, governo perdoa quase R$ 30 bilhões de dívidas dos bancos

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10 de agosto 2017

Em 90 apenas dias, o governo Michel Temer (PMDB) concedeu o perdão da dívida de aproximadamente R$ 30 bilhões do Bradesco, Itaú e Santander. A medida rendeu críticas da Contraf-CUT.

“É uma grande preocupação nossa, esse discurso das reformas Tributária e da Previdência, de que os culpados pela dificuldade de orçamento e receita são os trabalhadores. Esse montante perdoado ajudaria a pagar, inclusive, o alegado déficit da Previdência”, afirmou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Santander e Itaú tiveram suas dívidas perdoadas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O banco espanhol teve seu caso analisado pelo órgão no dia 20 de julho e sua dívida de R$ 338 milhões com o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) acabou sendo liquidada. As dívidas eram referentes ao processo de aquisição do Sudameris, em 2003.

O Itaú acumulava R$ 25 bilhões de dívidas com a Receita Federal do processo de aquisição do Unibanco. Em audiência no dia 10 de abril, o Carf decidiu perdoar os impostos milionários da transação. A operação para perdoar a dívida do Bradesco foi ainda mais escusa. O governo, através da Ativos, empresa controlada pela Banco do Brasil, uma empresa pública, para comprar a dívida de R$ 4 bilhões em carteiras de crédito vencidas do banco privado. Roberto von der Osten mostrou preocupação com a benevolência do governo com os banqueiros.

"Com o perdão da dívida, o governo mostra que um setor da economia brasileira pode fazer o que quiser que não pagará pela conta”, afirmou o dirigente, que deve anunciar uma reação dos trabalhadores às medidas.

 “Nós devemos lançar uma campanha contra o perdão de divida de grandes devedores. Estamos reunidos e nesta semana ainda teremos uma resolução sobre como reagiremos a esse perdão de dívida”, encerrou Osten.

Fonte: Contraf-CUT