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Grito dos Excluídos denuncia violência

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10 de setembro 2018

 

Militantes de movimentos populares, pastorais, sindicatos e partidos de esquerda saíram de São Paulo (SP) em um desfile alternativo nesta sexta-feira (7), dia da Independência.

Esta é a 24ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas. Com o lema “Desigualdade gera Violência: Basta de Privilégio”, o ato saiu por volta das 10h da praça Oswaldo Cruz, próximo à Avenida Paulista, em direção ao Parque do Ibirapuera, na região Sul da cidade. 

Em carta, os movimentos populares criticaram a reforma trabalhista e a precarização do trabalho; o aumento do desemprego e do custo de vida; e o congelamento dos gastos públicos.

Mais contas, menos trabalho

Entre intervenções artísticas e teatrais, os militantes lembraram o aumento do custo de vida e do preço do gás e da energia elétrica.

Maria Aparecida, de 55 anos, milita no movimento de moradia na Vila Arapuá, zona Sul da capital paulista, há 30 anos. Para ela, o aumento do custo de vida piora ainda mais um quadro de alto índice de desocupação. Ela segurava uma uma faixa denunciando o número de 13,5 milhões de desempregados durante o governo de Michel Temer (MDB).

"Se o trabalho está difícil, para comprar é pior ainda. Se o mercado de trabalho fecha e as pessoas não têm acesso a emprego, não tem como ter acesso a comprar. Tá muito caro o gás, a luz e e mal dá para pagar as contas", lamenta. 

O fim da violência contra a população negra também foi uma das pautas do Grito dos Excluídos. A yalorixá Solange Machado lembra que os negros estão sub-representados na política. "Não estamos representados nos cenários de poder e nas cadeiras de comando. Continuamos excluídos do nosso direito de sermos reconhecidos  e ter acesso a educação a saúde e respeito.

Ela pontua também  que os religiosos de matriz africana fazem parte do grupo de excluídos. "Excluídos de seus direitos; excluídos do que a Constituição garante e o Estado nós nega", diz ela. "Aqui nós temos movimentos por moradia, os sem-terra, trabalhadores desempregados, mulheres, comunidade LGBT e diversos outros representantes de grupos que estão fora daquilo que, hoje, a sociedade rotula como merecedores de direitos".

Em Londrina militantes de movimentos populares, pastorais e sindicatos estiveram presentes no desfile de 7 de setembro.

Fonte: Brasil de Fato