Banco do Brasil amplia lucro e reduz rede de atendimento

10 de novembro 2017
O balanço do Banco do Brasil referente ao terceiro trimestre deste ano aponta um Lucro Líquido ajustado de R$ 7,9 bilhões, o que representou crescimento de 45,1% em 12 meses e 15,9% no trimestre, comparados aos nove meses do ano anterior.
Este resultado, conforme informou o banco, foi impactado principalmente pelo aumento das rendas de tarifas e redução da despesa de provisão. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 10,4%, com alta de 2,8 pontos percentuais, no período.
De acordo com análise feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o BB cortou 15 mil postos entre 2012 e 2017 e fechou as portas de 568 agências no País, sendo 559 só neste ano.
“Ao mesmo tempo em que aumenta o lucro, o BB segue precarizando o atendimento e as condições de trabalho, para se igualar aos bancos privados, ao invés de focar sua atuação no incentivo à produção e desenvolvimento do País, que é o seu verdadeiro papel”, critica Gisa Bisotto, secretária Geral do Sindicato de Londrina.
O estudo do Dieese aponta que o BB quase dobrou de tamanho entre 2008 e 2014 (crescimento dos ativos de 97%). Contudo, a partir de então apresentou queda de 16% até junho de 2017. Quanto às operações de crédito, a carteira do BB triplicou de tamanho entre 2008 e 2014, passando de R$ 319 bilhões para R$ 963 bilhões (alta de 202%). Porém, a partir de então, só se reduziu, chegando a R$ 677 bilhões em setembro de 2017, o que representou queda de 29,7%.
As operações com pessoas físicas mantiveram-se estáveis em 12 meses, com ligeiro crescimento no trimestre (0,9%), chegando a R$ 187,2 bilhões. Mas, as operações com pessoas jurídicas tiveram uma queda de 13,5% em doze meses e de 2,6% no trimestre, tendo alcançado R$ 228 bilhões. As operações com o agronegócio também se mantiveram estáveis em doze meses (crescimento de 0,8%), mas, no trimestre houve queda de 3,9%, somando R$ 180,3 bilhões. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou alta de 0,44 pontos percentuais no período, ficando em 3,94%. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) caíram 5%, totalizando R$ 19,7 bilhões.
Demissões
O balanço do BB revela que as receitas com prestação de serviços e a renda das tarifas bancárias cresceram 9,9% no período, totalizando R$ 19,2 bilhões. As despesas de pessoal, considerando a PLR, caíram 3,1%, atingindo R$ 16,5 bilhões. Com isto, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 116,7%.
A holding encerrou setembro de 2017 com 99.305 empregados, com fechamento de 9.854 postos de trabalho em relação a 30 de setembro de 2016. O expressivo fechamento de postos de trabalho se deve à adesão de mais de 9,4 mil trabalhadores ao PEAI (Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada), anunciado em novembro de 2016.
De lá pra cá, o número de agências se reduziu em 559 unidades, em virtude do plano de reorganização institucional, que previa, no decorrer de 2017, o fechamento de 402 agências, com outras 379 tornando-se postos de atendimento. Não há no relatório, porém, menção ao número de PABs (Postos de Atendimento Bancário), mas, verifica-se que a rede própria do banco foi reduzida em 2.007 pontos de atendimento, número que inclui toda a rede de atendimento (agências, PABs, postos de atendimento eletrônico – PAEs e demais formas de atendimento).
Veja a análise completa do balanço feita pelo Dieese.
Fonte: Contraf-CUT