Direção da Caixa não garante empregos. CEE rejeita proposta na mesa

10 de novembro 2017
Sem garantia de emprego, não há acordo! Esta foi a postura da CEE (Comissão Executiva dos Empregados) ao rejeitar ainda na mesa de negociação, realizada na quinta-feira (9/11), em São Paulo, a proposta da direção da Caixa Econômica Federal para alterar o modelo de custeio do Plano de Saúde.
A reunião deveria debater a garantia de empregos e de incorporação de função, que representa estabilidade de remuneração dos trabalhadores, e a assinatura do Termo de Compromisso, entregue em mesa dia 26 de outubro e que protege os empregados e empregadas dos malefícios da reforma trabalhista. No entanto, a Caixa mudou sua estratégia, negou todas essas garantias e retirou todas as questões debatidas ontem.
“Os trabalhadores que foram chamados e lutaram, também tiveram disposição de negociar. Mas a direção do banco e o governo, intransigentes, travaram todo e qualquer avanço dessa negociação", afirmou Dionísio Reis, coordenador CEE/ Caixa, classificando essa atitude da Caixa como desrespeitosa.
“O Termo de Compromisso, a garantia de empregos e das funções dos empregados da Caixa representam as conquistas que esses trabalhadores tiveram em suas carreiras, além das lutas histórica de décadas da categoria bancária, que não podem ser ameaçadas dessa forma e muito menos arrancadas. Nós, empregados da Caixa, não aceitamos nenhum tipo de retrocesso”, ressaltou.
Amaury Soares, diretor do Sindicato de Londrina, avalia que é necessário retomar a mobilização nas unidades para impedir a inviabilização do Saúde Caixa para os empregados e seus dependentes, bem como a retirada de direitos após a vigência da nova legislação trabalhista.
“A hora é de somar forças para impedir mais retrocessos, porque a intenção dessa diretoria da Caixa e do governo Temer é avançar no desmonte para privatizar o banco e acabar com os diversos programas dirigidos à população mais carente”, aponta Amaury, lembrando que neste processo milhares postos de trabalho poderão ser cortados.
Entenda essa trama
Este embate começou no final de outubro, quando, sob alegação de que precisa se adequar as regras estabelecidas pelo Basileia 3, a direção da Caixa informou que está empenhada em mudar o modelo de custeio do Saúde Caixa. Para isso, poderá, inclusive, mudar o estatuto da empresa, estabelecendo um teto de 6,5% da folha de pagamento anual como limitador para despesas com o Plano.
De acordo com o coordenador CEE/ Caixa, este informe só foi feito por conta do Acordo Coletivo de Trabalho, com validade de dois anos, no qual constam todas as conquistas históricas específicas dos empregados da Caixa, inclusive regra de custeio do Saúde Caixa. “A Caixa ameaça fazer as alterações de qualquer forma, via estatuto. A única razão para buscar a negociação é nossa garantia, conquistada pela nossa força de mobilização na greve de 31 dias, no ano passado, e nas greves gerais, em 2017”, lembrou.
Durante seu último encontro, o Comando Nacional dos Bancários avaliou que os empregados deveriam buscar garantias na negociação, visto que o banco impunha mudanças no modelo de custeio do Saúde Caixa com o objetivo de reduzir as provisões que o banco é obrigado a fazer para cobrir despesas futuras com o plano de saúde. A medida liberaria bilhões de reais, que poderiam fortalecer a base de capital da instituição mantendo linhas de crédito do banco federal. Com o decreto publicado no dia 1 de novembro, que cria um regime especial para venda de seus ativos, o risco de privatização fica cada vez maior.
“A defesa da Caixa 100% Pública é uma defesa dos empregados da Caixa e acima disso uma defesa do povo brasileiro. Nossa luta é por moradia, saúde, educação, políticas públicas e mais qualidade de vida. Só a luta nos garante”, finalizou Dionísio Reis.
Fonte: Contraf-CUT