O trabalho afeta a saúde de quase 80% dos empregados da Caixa

11 de fevereiro 2022
O trabalho na Caixa está adoecendo os empregados. É o que revelam os primeiros dados da pesquisa encomendada pela Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) sobre a atual condição e os impactos da pandemia na saúde dos trabalhadores do banco. Dos 1.704 empregados e empregadas da ativa que participaram do levantamento, aproximadamente oito em cada 10 disseram que o trabalho afeta a sua saúde. Isso representa quase 80% dos empregados que responderam o questionário.
Dos trabalhadores da ativa, 6% estão afastados do trabalho por licença médica. O principal motivo de afastamento são as doenças mentais. 33% estão afastados por depressão, 26% por ansiedade, 13% pela Síndrome de Burnout e 11% por Síndrome do Pânico.
“Os dados são assustadores. De imediato, com as informações preliminares, podemos dizer que a Caixa, de algum modo, está fazendo mal à saúde dos seus trabalhadores”, avalia a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus. Ela agradeceu a participação dos empregados no levantamento e informou que a diretoria executiva da Federação vai se reunir para avaliar o relatório preliminar e pensar em ações em defesa dos trabalhadores.
Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, “o cenário piorou muito” desde o último levantamento da Fenae sobre a saúde dos empregados, realizado em 2018. “Sabemos que a pandemia é um fator que pesa na saúde mental dos trabalhadores. Mas a pesquisa mostra que esse adoecimento está atrelado ao trabalho. Ou seja, o modo de gestão da Caixa, as cobranças e pressão por metas e a jornada exaustiva de trabalho estão interferindo na saúde dos empregados. Esses dados vão nos ajudar a buscar ações em defesa dos bancários”, disse Takemoto. Outro dado da pesquisa mostra que 20% dos bancários da ativa têm jornada de trabalho maior que oito horas diárias.
Perfil da amostra
A pesquisa de opinião da Fenae sobre a saúde dos bancários da Caixa foi realizada pela Acerte Pesquisa e Comunicação, entre os dias 19 de novembro e 10 de dezembro de 2021. Um total de 3034 bancários responderam ao questionário até o fim. Destes, 1.704 (56%) são empregados da ativa e 1.330 (44%), aposentados.
Dos empregados e empregadas da ativa que participaram deste levantamento, 74% estão lotados nas agências, 34% têm cargo em gerência e 21% são Técnicos Bancários Novos (TBNs). Em relação à faixa etária, 71% têm entre 30 e 49 anos, 59% se declararam do sexo masculino e 41, feminino. Já entre os aposentados, 66% têm de 60 a 69 anos. Destes, 53% se declararam do sexo masculino e 47, feminino.
A margem de erro da pesquisa é de 1,8 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Fonte: Fenae