Economista defende federalização do HSBC para evitar desastre

11 de julho 2015
Na última quarta-feira (8/07), o Sindicato de Curitiba promoveu uma coletiva de imprensa seguida de debate com o professor e economista Adriano Benayon, que defendeu a federalização do HSBC para preservar os empregos de 21 mil bancários e bancárias em todo o país, seis mil deles somente na capital paranaense.
Durante o debate, Benayon fez uma análise da conjuntura política e econômica e defendeu a regionalização do banco como uma alternativa possível. “Atualmente, estamos no centro de uma crise. Assim, a saída do HSBC do país pode trazer consequências graves em um cenário que já é gravíssimo. As possíveis demissões, a queda na arrecadação de impostos e os efeitos nos empregos e no consumo gerado indiretamente pela atuação do banco podem ser desastrosos”, afirmou.
Assim, uma alternativa à venda do HSBC a outro banco privado seria sua federalização. Para Benayon, embora a palavra “estatização” tenha sido demonizada nos anos 1990, quando a ordem eram as privatizações, a compra do HSBC por uma sociedade de economia mista que recuperasse a atuação regional do banco, como na época do antigo Bamerindus, poderia se configurar como a possibilidade não só de prevenção de milhares de demissão, mas também de expansão econômica e geração de empregos no Paraná. “Seria preciso resgatar a forte atuação regional que o Bamerindus possuía em estados como o Paraná e o Mato Grosso, voltado para o apoio às pequenas e médias empresas e também à agricultura”, destacou.
Contudo, para viabilizar técnica e politicamente essa regionalização, seria preciso uma grande mobilização, que tivesse capacidade de pressionar as instâncias políticas.
Durante a coletiva de imprensa, o presidente do Sindicato, Elias Jordão, falou sobre o descaso do banco com o país. "A saída do HSBC deixaria um rastro de desemprego, desesperança para Curitiba e para a sociedade paranaense".
Junior Cesar Dias, presidente da Fetec-CUT-PR, reafirmou a posição do movimento sindical bancário pela defesa dos empregos. "Nós sabemos muito bem que a grande consequência acaba sendo para os trabalhadores".
Cristiane Zacarias, coordenadora nacional da COE HSBC, expôs os reflexos das decisões unilaterais do banco para os trabalhadores. "Nesses 18 anos desde que o HSBC esteve no Brasil os bancários sempre sofreram".
Pablo Diaz, diretor do Sindicato que intermediou a vinda de Adriano Benayon para Curitiba, afirmou que o objetivo do encontro foi mostrar o impacto da saída do HSBC para Curitiba e para o Paraná.
Por Paula Padilha e Renata Ortega/Sindicato de Curitiba