Categoria aponta as prioridades para negociações deste ano

11 de julho 2017
A Pesquisa Nacional da Campanha 2017 foi respondida por 251 bancários e bancárias da base territorial do Sindicato de Londrina, que apontaram as prioridades de negociação com os bancos. A maior parte dos entrevistados tem até 40 anos e está na faixa salarial de até R$ 5.000,00.
Com a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) vigorando por dois anos, o movimento sindical tem até setembro de 2018 para atuar em outros temas. Os bancários e bancárias de Londrina e Região indicaram, pela ordem de importância, a luta pelo emprego, seguida do combate às reformas do governo Temer, saúde e fim do assédio moral.
Das 251 pessoas que preencheram a Pesquisa, 96 avaliaram como boa a assinatura da CCT por dois anos.
Nas questões relativas à saúde, a maioria disse não ter sido vítima de assédio moral, porém essa mesma maioria disse conhecer alguém que já foi assediado. Os principais sintomas provocados pelas metas elevadas, de acordo com as respostas da categoria são: problemas psicológicos, insônia, problemas familiares e ortopédicos. Cerca de 1/3 dos entrevistados utiliza remédios controlados. Parcela significativa dos entrevistados (cerca de 1/3) diz receber ameaça de punição ou demissão caso não “entregue” as metas.
“Vale lembrar que o Sindicato registrou 145 atendimentos somente neste primeiro semestre deste ano, sendo que as LER/DORT e os transtornos emocionais foram as principais causas de afastamento do trabalho”, ressalta Kelly Menegon, secretária de Saúde da entidade.
“Não é à toa que os temas relacionados à saúde foram destacados como uma das prioridades para as negociações”, avalia Kelly.
Sobre o Projeto de Lei “engavetado” (4.302/1998) desde o governo Fernando Henrique Cardoso e que virou Lei no Governo Temer e autoriza terceirizar tudo, os bancários e bancárias acreditam que os bancos vão aproveitar essa medida para diminuir ainda mais o número de funcionários no setor, contratando mão de obra terceirizada para fazer o serviço de bancários ganhando menos e sem direitos sociais.
Sobre a reforma trabalhista, já aprovada na Câmara dos Deputados e em tramitação agora no Senado, os entrevistados entendem que a jornada intermitente diminuirá a quantidade de bancários, pois muitos só serão chamados a trabalhar em dias de maior movimento;
“A categoria entendeu o retrocesso representado pela lei da terceirização e pelo projeto de reforma trabalhista. A maioria absoluta dos bancários e bancárias sabe que a negociação direta com o patrão não é vantajosa para o trabalhador, bem como a retirada de artigos da CLT”, avalia Wanderley Crivellari, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato de Londrina.
Para ele, é preciso buscar mecanismos de proteger os direitos da Classe Trabalhadora e fazer frente a todos esses ataques desferidos por um governo sem credibilidade e a serviço do capital especulativo.
Wanderley lembra que o Sindicato de Londrina realizou, no primeiro semestre deste ano, 115 homologações de contratos de trabalho de bancários e bancárias que atuavam em sua base territorial. Destas, 52 foram demissões sem justa causa.
No cenário político, a Pesquisa apontou na base de Londrina que a maior parte dos entrevistados apoiaria eleições diretas já, como forma de sair da crise instalada no país. Além disso, quase a totalidade acredita que a imprensa brasileira é parcial.
“São com esses indicativos vindos da base que construiremos a Campanha deste ano. Mesmo com as questões econômicas já definidas temos muito para avançar na defesa do emprego e por melhores condições de trabalho, visando garantir a saúde da categoria”, declara Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina.
“Some-se a essas questões a luta contra a terceirização e a perda de direitos decorrentes da reforma trabalhista como as principais bandeiras da categoria bancária”, finaliza Regiane.