Senadoras contrárias ao golpe nos direitos obstruem votação do PLC 38

11 de julho 2017
Com muita firmeza, senadoras que são contrárias à aprovação do PLC (Projeto de Lei da Câmara) 38/2017, que altera mais de 100 artigos da legislação trabalhista brasileira, conseguiram impedir hoje (11/07) a votação da matéria no Plenário do Senado.
A sessão foi iniciada às 11h00, com discursos dos oposicionistas ao governo defendendo alterações no PLC 38, mas o presidente da casa, Eunício Oliveira (PMDB-) não aceitou fazer acordo para que fossem feitas as defesas das emendas apresentadas e votadas as mesmas antes de iniciar a discussão do texto que passou pelas Comissões do jeito que foi aprovado na Câmara dos Deputados.
As senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Lídice da Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ocuparam a mesa do Senado e conduziram a sessão por cerca de duas horas, abrindo o microfone da tribuna para protestos e denúncias da gravidade do erro que será a aprovação da Reforma Trabalhista. Nesse período, a maior parte da sessão foi conduzida pela senadora Fátima Bezerra.
Pouco depois do meio-dia, Eunício tentou abrir os trabalhos, mas as senadoras se recusaram a deixar a mesa. O presidente do Senado então retirou o microfone da lapela de Fátima Bezerra e declarou suspensa a sessão.
Descontente com o posicionamento das senadoras, Eunício foi além e mandou desligar os microfones e apagar as luzes do Plenário.
As determinadas senadoras não se intimidaram e até mesmo almoçaram marmitas na mesa coordenadora dos trabalhos do Senado com as luzes apagadas.
Postura arbitrária
Adotando uma postura arbitrária e antidemocrática, da mesma forma como está sendo a tramitação do PLC 38, o senador Eunício Oliveira não permitiu a entrada dos sindicalistas que estão em vigília, ao lado de fora do Congresso Nacional para pressionar a rejeição do PLC 38/2017.
Até o presidente da CUT, Vagner Freitas foi barrado, o que causou inúmeras críticas dos senadores de oposição ao governo.
“Fecharam as portas do Congresso para a classe trabalhadora, para o povo brasileiro e para o debate. E quando a gente entra não podemos nos manifestar. Tem que ficar calado, se não colocam pra fora. Isso não é democracia”, afirmou Graça Costa, secretária de Relações do Trabalho da CUT.
Graça destaca na página do Facebook da CUT que vão entrar no Senado porque os dirigentes têm uma liberação do STF (Supremo Tribunal Federal) para defender a Classe Trabalhadora porque se esta proposta passar não teremos como reverter esta situação.
“Vai colocar o povo brasileiro numa situação muito difícil, porque não é só uma questão trabalhista é uma questão de economia. É uma questão de desenvolvimento do país. Os trabalhadores vão ter redução de seus salários e de seus direitos e isso tem um impacto salarial e, portanto, na economia. A CUT tá aqui para barrar este retrocesso para a Classe Trabalhadora e para o País”, finalizou a sindicalista.
Os protestos contra a reforma trabalhista estão ocorrendo em várias cidades, como Belém, Brasília, ABC Paulista e várias capitais brasileiras. São atos públicos pra informar a população a tragédia que será o desmonte da CLT.
Fonte: CUT