Protesto no Santander/Banespa cobra avanços na negociação do Acordo Aditivo

11 de novembro 2014
Seguindo orientação da COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Santander, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, diretores do Sindicato de Londrina realizam protesto hoje (11/11) na agência que abrigava ante o Banespa, no Dia Nacional de Luta para que o banco atenda a pauta de reivindicações específicas dos funcionários para renovação do Acordo Aditivo.
Durante a atividade está sendo distribuída Carta Aberta aos clientes e usuários relatando a forma como os representantes do Santander estão se comportando nas negociações.
Clique aqui para ler a carta aberta.
Também é informado que de janeiro a setembro deste ano, o banco espanhol obteve lucro líquido de R$ 4,3 bilhões no Brasil, resultado equivalente a 20% do lucro global do grupo.
“O banco já teve tempo suficiente para se posicionar a respeito das nossas reivindicações e tem dinheiro de sobra para atende-las. Queremos também que o Santander reconheça o trabalho dos brasileiros, assim como faz com seus funcionários na Espanha, onde a participação no lucro global não passa dos 14%”, argumenta Acácio dos Santos, diretor do Sindicato de Londrina, da Afubesp e representante da Fetec-CUT/PR na COE Santander.
Acácio lembra que entre outros pontos que estão em discussão no Acordo Aditivo está o fim das metas abusivas, mais contratações para acabar com a sobrecarga de serviços e o combate ao assédio moral.
Memória
No próximo dia 20 de novembro, a privatização do Banespa completará 20 anos. O então banco do Estado de São Paulo foi a leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e adquirido pelo Santander por R$ 7,050 bilhões, em valores da época.
Em 1994, o Banespa havia sofrido a intervenção do Banco Central. Desde então, os Sindicatos e a Afubesp iniciaram a luta em defesa do banco público e conquistaram várias liminares e decisões judiciais, ganhando apoio na sociedade e forçando sucessivos adiamentos do leilão.
A liberação da venda na Bolsa de Valores foi conseguida num final de semana, em liminar concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ao então procurador geral da República, Gilmar Mendes, atualmente presidente daquela corte.
Outras ações questionaram o valor do preço de venda, considerado subavaliado e o direcionamento do leilão para que o Santander fosse o vencedor.
Da mesma forma como ocorreu com a com o Banestado, Banerj e diversos outros bancos estaduais, privatizados durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, milhares de trabalhadores perderam seus empregos, milhares de aposentados tiveram seus vencimentos congelados por vários anos, diversas conquistas dos bancários foram retiradas e diversas agências foram fechadas em todo o país prejudicando o atendimento à população.
“Hoje, o Governo de São Paulo está com o pires na mão atrás de recursos para realizar obras públicas e não tem mais o banco que poderia viabilizar esse tipo de investimento a custos baixíssimos, como fazia o Banespa”, observa Acácio dos Santos.
Por Armando Duarte Jr.
Jornalista Diplomado – 2.495/PR