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Protestos em várias cidades repudiam estupro de jovem em SC

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11 de novembro 2020

No domingo (8/11), milhares de pessoas participaram do Ato Nacional “Juntas Pelo Fim da Cultura do Estupro”, realizado em diversas cidades do País contra a absolvição do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem Mariana Ferrer. Ocorreram manifestações em capitais como São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador e, também, em várias cidades do Interior.

Em Londrina, cerca de 150 pessoas compareceram aos protestos com faixas e cartazes repudiando a cultura do estupro, exigindo Justiça para a jovem e o fim de todo o tipo de violência contra a mulher.

O caso Mariana Ferrer

Mariana denunciou o estupro, ocorrido durante uma festa em Jurerê Internacional, Florianópolis, no final de 2018. À época com 21 anos, quando ainda era virgem, a jovem denunciou que foi dopada, antes de ter sido violentada pelo empresário.

O caso voltou à tona na semana passada, quando reportagem do The Intercept Brasil divulgou a audiência em que Mariana foi ouvida pela Justiça. Na audiência, Mariana disse ter sido pressionada e humilhada, durante seu depoimento. O juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, absolve o réu do crime, em decisão que ficou conhecida como “estupro culposo”.

“É importante que os protestos ocorram para dar visibilidade para este e para outros casos em que o agressor fica impune com a conivência das instituições que deveriam puni-lo. Casos como o de Mariana Ferrer infelizmente acontecem frequentemente no Brasil. Por isso, é fundamental nos somarmos as várias manifestações para reforçar o 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. A categoria bancária estará presente nesse movimento para combater a cultura do estupro e do machismo”, declarou a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis.

Em 25 de novembro de 1960, três irmãs, Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, foram assassinadas na República Dominicana, por forças militares do então ditador Rafael Leónidas Trujillo. A data foi assumida pelo movimento de mulheres de todo o mundo.

A Contraf-CUT participa da preparação do dia 25. Outra atividade que a entidade impulsiona é o chamado “Os 16 Dias de Ativismo”. No Brasil, essa atividade começa no dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra, sendo que as mulheres negras são as maiores vítimas da violência) e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Ambas as campanhas incentivam o combate à violência contra a mulher e a denúncia de todos os criminosos que incorrem nesse delito.

Fonte: Contraf-CUT