Geral

Pressionado, Beto Richa retira de pauta “pacote de maldades”

Capa da Notícia

13 de fevereiro 2015

Após quatro dias de protestos, com mais de 10 mil professores e servidores estaduais de várias categorias presentes em Curitiba, ontem (12/02), o governador Beto Richa (PSDB) enviou mensagem à AL (Assembleia Legislativa) solicitando a retirada de pauta dos projetos de lei que buscavam equilibrar as contas do Estado mediante o corte de direitos.

O recuo do governador veio no final da tarde, quando os deputados tentaram iniciar a votação do “pacote de maldades” numa sala ao lado do restaurante da AL, que estava com o prédio ocupado por milhares de grevistas.

O ofício do governo do Estado foi assinado por Alexandre Teixeira, diretor geral da Casa Civil, que argumentou a retirada dos projetos PLC 06/2015 e PLO 60/2015 “para reexame, e em virtude das manifestações ocorridas. Também para garantir a integridade física e segurança das senhoras e senhores parlamentares".

Repressão e constrangimentos

Os servidores estaduais em greve ocuparam o prédio da AL na segunda-feira (10/02), exigindo a retirada do “pacote de maldades” e a abertura de negociações para discutir com o governo Beto Richa alternativas contra o corte dos direitos.

Acuados, os deputados estaduais aliados ao governador foram transportados ontem para o prédio da Assembleia Legislativa em carros blindados do Pelotão de Choque da PM. Quando os grevistas tentaram entrar na sala onde foi realizada a sessão em que seria iniciada a discussão dos projetos, os policiais agiram com bombas de efeito moral, tiros para o alto e gás de pimenta.

Apesar do tumulto, ninguém ficou ferido gravemente. Antes da chegada do ofício do governo solicitando a retirada do “pacotaço”, a presidência da AL já havia anunciado a suspensão da sua tramitação, que seria retomada no dia 23 de fevereiro.

Mobilização continua

“A nossa greve continua, porque não houve negociação de nenhum outro ponto da pauta da greve. Estamos em uma greve forte e ficaremos, no Carnaval, no acampamento em frente ao Palácio Iguaçu”, afirmou o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.

Na avaliação do presidente da entidade a retirada dos projetos não é motivo para desmobilizar os professores. “Diante da pressão, o governo retira as medidas. Mas, é claro, já fica subentendido que, num outro momento, eles voltarão a atacar a Educação, a previdência e a carreira dos servidores”, alerta.

Segundo Hemes Leão, a categoria não vai encerrar a greve sem o pagamento imediato dos salários em atrasos (PSS, 1/3 de férias, auxílio alimentação e conveniadas). Além disso, a APP  quer a retomada das negociações com o governo do Estado em torno da pauta de reivindicações gerais dos trabalhadores da Educação.

Por Armando Duarte Jr.
Jornalista Diplomado – 2.495/PR