13º Fórum Social é aberto em Salvador com participação de ativistas de 120 países

13 de março 2018
Foi aberto na noite desta terça-feira (13/03), em Salvador, o 13º Fórum Social Mundial, que terá uma série de debates até o sábado (17) voltados para fortalecer a resistência contra a financeirização da economia global e apontar propostas para fortalecer o enfrentamento contra o neoliberalismo.
O tema do evento é “Resistir é criar. Resistir é transformar!” e nos cinco dias de debates são esperados 60 mil ativistas representando entidades e organizações de 120 países.
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A CUT e a Contraf participam do FSM 2018 com diversas atividades voltadas para debater questões que dizem respeito aos direitos da Classe Trabalhadora que estão ameaçados, aos ataques à organização social, sindical e para apontar ações que possibilitem o resgate da economia produtiva em oposição às políticas que favorecem o capital especulativo.
A Contraf-CUT será uma das responsáveis pela mesa e pela conferência “A era do capital improdutivo: o FSM 2018 e a ampliação das resistências”, que serão realizadas nos dias 14 e 15/03 na Tenda da CUT, instalada no Campus Ondina da UFBA (Universidade Federal da Bahia). O economista polonês Ladislau Dowbor, professor da PUC-SP, será o responsável pela apresentação sobre o tema.
Além de Dowbor, também participarão desta mesa e da conferência a vice-presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, Renata Siuda-Ambroziak, da Universidade de Varsóvia, Paulo Kliass, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Brasil, Vivian Machado, economista do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), dentre outros convidados.
Segundo Juvandia, os bancos exercem forte influência sobre a economia mundial por controlar o sistema financeiro. Ganham muito em todo o mundo e ainda mais no Brasil, onde sequer cumprem seu papel social. “Cobram tarifas caras de seus clientes e mantêm um spread altíssimo, com altas taxas de juros, independentemente de a Selic estar alta ou baixa”, explica.
A vice-presidenta da Contraf-CUT observou, ainda, que a prática, antes apenas dos bancos privados, de fechar agências em cidades consideradas por eles como sendo de baixa rentabilidade, com o governo Temer passou a ser realizada também pelos bancos públicos. “A população tem que realizar grandes deslocamentos para encontrar uma agência. Somado a isso, vem a redução dos postos de trabalho, que tira o salário das mãos dos trabalhadores. Assim, o dinheiro não circula nestas cidades. Isso afeta não apenas o comércio, mas toda a atividade econômica local”, concluiu.
Para ela, ao realizar o papel de proteger e fazer render as economias das pessoas e empresas, os bancos obtêm mais lucros do que os verdadeiros donos dos recursos. O papel de financiar o consumo e o investimento também fica prejudicado pela redução do crédito e pelas taxas proibitivas cobradas pelos bancos. Agora, os bancos sequer conseguem prover os serviços de pagamento e de recebimento de contas, pois fecham agências e, mesmo onde elas existem, jogam os clientes para os correspondentes bancários. “Se os bancos não cumprem seu papel social, a gente fica se perguntando pra que eles existem. Esse não é o sistema financeiro que queremos”, questiona Juvandia Moreira.
Fonte: Contraf-CUT