5ª Marcha das Margaridas reúne 70 mil pessoas em Brasília

13 de agosto 2015
![]() Congresso e Seminários abordaram as principais bandeiras de luta do movimento |
Cerca de 70 mil pessoas participaram nos dias 11 e 12 de agosto, em Brasília, da 5ª Marcha das Margaridas, evento organizado pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura). Os Sindicatos do Vida Bancária foram representados pelas diretoras Rosemari Zanin, de Apucarana, e Nagila Slaibi, de Londrina.
No primeiro dia foram realizadas atividades abordando propostas para combater a violência contra a mulher, discussões sobre a discriminação de gênero no trabalho, além da defesa da Reforma Agrária e outras bandeiras. Ontem, os milhares de participantes saíram em caminhada pela Esplanada dos Ministério com faixas defendendo as reivindicações da Marcha das Margaridas, entre as quais a liberação de recursos para crédito rural e programas fundiários para a agricultura familiar.
![]() Nagila Slaib e Rosemari Zanin representaram as bases do Vida Bancária na 5ª Marcha das Margaridas |
As lideranças fizeram discursos em defesa da Petrobras, da Reforma Política com participação popular, e criticaram manifestações pela saída da presidenta Dilma Rousseff do Governo. Presente ao evento, Dilma entregou as propostas para as reivindicações da Marcha e disse: “E em noite assim como esta, eu cantando numa festa, ergo o meu copo e celebro os bons momentos da vida, e nos maus tempos da lida eu envergo, mas não quebro".
A tradição e a luta da Marcha das Margaridas também foi reconhecida pelo Senado, que realizou Sessão Solene em homenagem à mobilização.
"Superou nossas expectativas e dá o recado para o povo brasileiro de que a Marcha das Margaridas está nas ruas em defesa dos interesses de todos. Quando defendemos a democracia, esse direito de estar nas ruas, de colocar nossa pauta na mesa do Governo, do Parlamento, de sermos ouvidos, de construir as políticas juntos, é isso que entendemos por democracia”, afirmou a secretária de Mulheres da Contag e coordenadora da marcha, Alessandra Lunas.
Para Rosemari Zanin, diretora do Sindicato de Apucarana e integrante do Coletivo Nacional de Mulheres Bancárias, a Marcha vem reforçar as lutas das mulheres e também a defesa de uma sociedade mais justas. “As reivindicações não ficam restritas a questões ligadas à mulher trabalhadora ou às demandas do campo, é um grito contra o retrocesso nas políticas sociais e a retirada de direitos fundamentais da Classe Trabalhadora, além de defender a manutenção da democracia em nosso país”, ressalta.
História
A Marcha das Margaridas é um movimento iniciado no ano 2000, inspirado na vida da sindicalista brasileira Margarida Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983. Líder do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB), ela se destacou pela defesa de melhores condições de trabalho no campo.
Em discurso feito no Dia do Trabalhador, três meses antes de ser morta, Margarida disse “era melhor morrer na luta do que morrer de fome”. Esta frase serviu de inspiração para o surgimento do movimento que leva seu nome e mantém viva sua luta após 32 anos de ter sido cruelmente assassinada em sua casa, na frente do marido e do filho. Apesar da repercussão do crime, inclusive no exterior, até hoje nenhum dos mandantes foi condenado.
Por Armando Duarte Jr.
Jornalista Diplomado – 2.495/PR