Câmara dos Deputados cassa Eduardo Cunha

13 de setembro 2016
Sem choro, nem vela, a Câmara dos Deputados cassou na noite de ontem (12/09), em Brasília, o mandato de seu ex-presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na votação que levou à perda do mandato foram registrados 450 parlamentares a favor, 10 contra e nove abstenções. No início da sessão houve tentativas de fatiar a votação para impedir a perda dos direitos políticos de Cunha não tiveram sucesso e ele permanecerá inelegível até 2027.
A maioria dos deputados e deputadas que fez o uso da palavra criticou as manobras feitas pelo ex-presidente da casa com o objetivo de se safar da Comissão de Ética, cujos trabalhos foram contestados por ele e seus aliados.
Também foi destacada a falta de decoro parlamentar de Eduardo Cunha, motivo que levou à sua cassação, por ter declarado na Operação Lava Jato que não tinha contas no exterior, o que ficou comprovado depois por investigações do Ministério Público da suíça, bem como da Polícia Federal brasileira.
Refrescando a memória
Logo que assumiu a Presidência da Câmara dos Deputados, em fevereiro de 2015, Eduardo Cunha começou a desengavetar projetos polêmicos e, contando com a maioria dos parlamentares, colocou-os em votação, a toque de caixa, tendo algumas vezes passado por cima do regimento da casa para atingir seus objetivos.
Foi assim com o PL 4330, que regulamenta a terceirização no país. Com o projeto de lei que definiu as doações para campanhas políticas, com o impeachment de Dilma Rousseff e, também, com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 171, que propõe a redução da maioridade penal no Brasil dos atuais 18 anos para 16 anos de idade.
Um dos 10 deputados que se posicionaram a favor de Eduardo Cunha foi o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP). Conhecido como “Paulinho da Força”, o deputado paulista é um forte aliado do presidente ilegítimo, Michel Temer (PMDB), que tem intenção de encaminhar no Congresso Nacional a chamada reforma trabalhista.
Por Armando Duarte Jr.