Milhares saem às ruas por mudanças na política, mas sem golpe na democracia

14 de março 2015
Milhares de trabalhadores, estudantes e populares saíram às ruas ontem (13/03), na maioria dos Estados do país, no Dia Nacional de Lutas em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora, da Petrobrás, da Democracia e da Reforma Política. A mobilização foi convocada pela CUT, demais Centrais Sindicais e diversas outras entidades dos movimentos sindical, estudantil e popular.
Com bandeiras, cartazes e a vontade de ver o Brasil continuar crescendo com justiça social e por mudanças na política, mas sem golpe na democracia, os manifestantes fizeram atividades em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Campo Grande, Porto Alegre e em diversas outras capitais e cidades do país.
Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, defendeu para 100 mil manifestantes, presentes nas atividades realizadas na capital de São Paulo, a revisão da política econômica em vigor e informou que a Central apresentará uma proposta alternativa que não onere os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
“Ajuste fiscal e não investimento no mercado interno. Outros países do mundo adotaram essa receita e os trabalhadores perderam seus empregos. Nós temos uma Classe Trabalhadora organizada e classe empresarial bastante forte, se nós tivermos condição de fazer uma política econômica voltada para o crescimento, será bom para todo mundo”, destaca Vagner. “E essa turma que está aqui apresentará uma proposta de política econômica para o Brasil que leve em consideração o fortalecimento e o crescimento do Estado”, destaca.
Ajuste fiscal e não investimento no mercado interno. Outros países do mundo adotaram essa receita e os trabalhadores perderam seus empregos. Nós temos uma Classe Trabalhadora organizada e classe empresarial bastante forte, se nós tivermos condição de fazer uma política econômica voltada para o crescimento, será bom para todo mundo
O presidente da CUT defendeu fortemente os quatro eixos da manifestação dos movimentos sociais – Democracia, Direitos, Reforma Política e Petrobras - e frisou que luta pela Democracia é também uma luta contra intolerância. Na manifestação desta sexta, era possível ver a pluralidade de grupos sociais presentes, que incluía mulheres, homens, crianças, indígenas, negros, brancos, população LGBT, camponeses e movimentos urbanos, entre outros.
A CUT não participará dos atos do domingo (15/03) e as entidades que organizaram o ato desta sexta apresentarão uma plataforma política de reivindicações para a presidenta Dilma Rousseff.
Defender a Petrobrás é defender o Brasil
João Antonio de Moraes, diretor da FUP (Federação Única dos Petroleiros) lembrou que a Petrobras é fundamental para a economia brasileira e que os casos de corrupção não podem ser distorcidos e usados como forma de inviabilizar a estatal e entregá-la para multinacionais.
“São cerca de 1,5 milhão de empregos que giram em torno da indústria de petróleo. Entregar o pré-sal é um crime. O povo não permitirá que isso aconteça. Para nós, está muito claro que, quem cometeu coisa errada, se comprovado, seja punido. Mas paralisar as empresas, principalmente a Petrobrás, é um crime contra o povo brasileiro. E não permitiremos”, ressalta o diretor.
O discurso de contraposição às tentativas de enfraquecer a Petrobrás também é forte na fala de Cibele Vieira, coordenadora geral do Sindipetro Unificado SP. “Querem colocar o ônus que a burguesia tá criando para a classe trabalhadora e não permitiremos isso”, afirma.
“Este não é o único ato. Querem entregar o que restou da Petrobras para a iniciativa privada, principalmente internacional.”, afirma Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP. “Esse ato é para dizer aos que querem vender a Petrobras que devem desistir”.
Fonte: CUT