Comando garante calendário de negociações com a Caixa

14 de julho 2018
A Caixa Econômica Federal seguiu a mesma postura adotada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na segunda reunião da Campanha Nacional 2018 com o Comando Nacional dos Bancários, na quinta-feira (12/07), ao não aceitar a assinatura do Pré-acordo que garantiria a validade do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) para assegurar a manutenção dos atuais direitos (ultratividade) até que sejam encerradas as negociações.
A negativa foi dada durante a primeira rodada de negociações da mesa específica da Caixa, realizada na sexta-feira (13), em São Paulo.
Apesar disso, os representantes dos empregados conquistaram um calendário de negociações que acompanhe as reuniões da Fenaban.
Os próximos encontros serão nos dias 20 e 26, em Brasília. Na primeira, a pauta serão abordadas cláusulas de Saúde e Condições de Trabalho, Caixa 100% Pública e Nenhum Direito a Menos. No dia 26 de julho será debatido Saúde Caixa e Funcef.
A direção da Caixa ressaltou que os acordos específicos, antes de serem assinados, devem passar pela aprovação do Conselho de Administra.
“Nós sabemos que sempre houve a necessidade de consulta aos órgãos controladores. Porém, nossa preocupação é que, com o atual desmonte do banco, interesses privados venham a prejudicar os empregados e a Caixa 100% Pública”, explicou Dionísio Reis, coordenador da CEE (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa), ao exemplificar com a participação de ex-diretores da Shell no Conselho de Administração da Petrobras.
“Apesar da postura do banco em já não garantir o pré-acordo, avaliamos que esta primeira rodada de negociação não foi só de negativas. A CAIXA mostrou uma postura de querer negociar os pontos reivindicados pelos empregados. Logo, é importante reforçarmos a mobilização e resistência. Só com a efetiva participação de todos os empregados é que vamos manter nossos direitos e conquistas. Tudo por todos!”, declarou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura Contraf-CUT e representante da Contraf-CUT nas negociações com a Caixa.
Saúde e Condições de Trabalho
A CEE–Caixa apresentou as reivindicações específicas dos empregados e empregadas em relação a Saúde e Condições de Trabalho. Os pontos são resultados das resoluções 34º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa), realizado nos dias 7 e 8 de junho. “Os empregados da caixa devem participar ativamente das atividades chamadas pelos sindicatos, se mobilizando na defesa dos seus direitos e da Caixa 100% Pública. Este ano estamos combatendo o desmonte dos direitos e dos bancos públicos”, convocou Dionísio Reis.
A CEE-Caixa cobrou a revogação da versão 41 do RH 184, o fim da GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas) e do descomissionamento arbitrário e, especificamente o descomissionamento de gestantes. O Banco se comprometeu a avaliar as questões.
Sobre a verticalização, os empregados cobraram o fim do processo, que além de descomissionar arbitrariamente muitos empregados, expões a Caixa no mercado. “Faz com que o banco reduza a atuação em áreas que sempre foi referência e concorra com bancos privados, em área nas quais eles dominam. Isso resulta na redução das operações e do share de mercado”, apontou o coordenador da CEE-Caixa. Os empregados cobraram ainda o ressarcimento dos gastos do CPA 20 dos trabalhadores que são eventuais de gerente e que mantém, segundo a Caixa, sua eventualidade por um período.
Os trabalhadores reivindicaram fim das discriminações e mais transparência nos processos seletivos internos. A Caixa anunciou uma nova sistemática, da qual irá informar mais detalhes nas próximas mesas.
Sobre a criação de unidades estatuais de Saúde do Trabalhador, por Gipes ou Repes, com a participação dos trabalhadores, o banco anunciou que todos as unidades da federação têm pelo menos um empregado responsável pelo tema. Os trabalhadores reclamaram que não é suficiente.
Já para o fortalecimento dos Fóruns Regionais de Condições de Trabalho, a direção da Caixa alegou que está em andamento.
Os empregados protestaram diante da demora para disponibilizar o incentivo à escolaridade em 2018. O banco informou que as bolsas para pós já estão disponíveis e que as para línguas e graduação devem estar disponíveis até o final agosto.
Antes de encerrar, os empregados entregaram um ofício para reiterar a cobrança de mais transparência de Saúde Caixa, com a disponibilização de dados que permitam as entidades entenderem mais profundamente o plano de saúde.
Fonte: Contraf-CUT