Categoria luta por manutenção do aumento real nos salários

14 de setembro 2015
No dia 16 de setembro, o Comando Nacional dos Bancários estará reunido com a Fenaban, em São Paulo, para mais uma rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2015, que abordará as chamadas cláusulas econômicas. Este ano, a Minuta de Reivindicações busca reajuste de 16%, que inclui as perdas com a inflação acumulada desde setembro de 2014, mais 5,7% de aumento real.
Na Campanha do ano passado, a Fenaban foi para a mesa que discutiu os salários com uma proposta que previa apenas o repasse da inflação, sem qualquer percentual a título de ganho real, o que pesou na decisão da categoria de deflagrar greve por tempo indeterminado. Com um movimento forte, foram fechadas 10.335 agências e Centros Administrativos nos 26 Estados e Distrito Federal.
“Em apenas quatro dias de paralisações conseguimos fazer com que os bancos mudassem a postura nas negociações e apresentassem propostas com avanços significativos nas cláusulas econômicas e, também, nas de caráter social”, recorda Wanderley Crivellari, representante do Vida Bancária na direção da Fetec-CUT/PR.
Wanderley, ressalta que uma das principais conquistas da Campanha 2014 foi a manutenção da sequência de aumento real nos salários, iniciada em 2004, e que resultou num percentual acumulado de 20,7% acima da inflação calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Nos pisos, o ganho foi 42,1%, que foi fixado no ano passado em R$ 1.796,45.
“Graças à unidade na luta e à garra, a categoria bancária tem conseguido manter seu poder de compra nos últimos 11 anos e tem atualmente um dos maiores pisos salariais do país”, salienta.
Rentabilidade nas alturas
Para Wanderley Crivellari, os bancos não têm justificativas para negar este ano um percentual a mais nos salários a título de aumento real, visto que seus lucros cresceram muito com as altas taxas de juros, redução exagerada do quadro de pessoal e das salgadas tarifas cobradas dos clientes, entre outras rendas.
De acordo com os balanços do primeiro semestre de 2015, os cinco maiores bancos que operam no país (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) tiveram juntos lucro líquido de R$ 36,3 bilhões.
“Este valor aponta um crescimento superior a 20% em comparação com o que eles ganharam no mesmo período do ano passado, não deixando margem para rejeitar nossas reivindicações, avalia.
Um exemplo disso, aponta o diretor do Sindicato de Londrina, é o Itaú, que obteve lucro líquido de R$ 11,942 bilhões nos seis primeiros meses deste ano e, com o empenho dos seus funcionários, conseguiu um crescimento de 25,7% em relação ao montante contabilizado no mesmo período de 2014.
“Como para a exploração não tem perdão, vamos juntar nossas forças na Campanha deste ano em busca de novas conquistas, pois sabemos que nosso trabalho vale mais”, finaliza.
Por Armando Duarte Jr.
Jornalista Diplomado – 2.495/PR