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Fetec-CUT Paraná realiza Encontro Estadual dos dirigentes sindicais

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15 de março 2013

A Fetec-CUT/PR realizou ontem (14/03), em Curitiba, o Encontro Estadual dos Dirigentes Sindicais do Itaú, com a participação de 35 dirigentes, representando os 10 Sindicatos filiados à Fetec-CUT/PR. O evento é preparatório para o Encontro Nacional, que a Contraf-CUT realizará em abril.

Na pauta das discussões estão temas referentes ao emprego e remuneração, saúde e condições de trabalho, previdência complementar e plano de saúde.

Emprego – o Itaú vem aumentando ano após ano o processo de demissões no Estado. Em 2010, o Itaú demitiu 80 trabalhadores. Em 2011 o número de demissões passou para 197. As demissões promovidas pelo Itaú chegaram a 293 no ano de 2012 e, em apenas dois meses deste ano, já somam 42 desligamentos.

É importante ressaltar que no período de março de 2011 a dezembro de 2012 o Itaú eliminou 13.699 postos de trabalho. Um verdadeiro massacre do emprego. O Itaú também mantém uma taxa de rotatividade muito superior à de outros bancos, o que demonstra o desrespeito às pessoas que ali trabalham.

Os dirigentes do Paraná indicaram como prioridade uma campanha pela defesa do emprego e do trabalho decente no Itaú, envolvendo uma série de ações, que vão desde campanha de mídia até ações sindicais de combate às demissões, como as operações “Demitiu, Parou”.

Além disso, lutas gerais da classe trabalhadora foram destacadas como fundamentais para combater as práticas do Itaú, como a implementação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), fim dos processos de terceirização, do correspondente bancário e dos estágios fraudulentos.

A realização de uma Conferência do Sistema Financeiro é outro ponto de fundamental importância, não só para os trabalhadores do Itaú, mas também para toda a sociedade.

“As demissões no Itaú têm gerado sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções, cobrança de metas abusivas e um processo de adoecimento físico e mental dos trabalhadores. Não existe essa história de brilho nos olhos junto aos funcionários. O que existe é exploração e desrespeito”, destaca Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato de Londrina e integrante da coordenação nacional da COE Itaú.

Remuneração – O não pagamento da PLR pelo teto para todos foi considerado mais um ato de desrespeito do Itaú para com seus funcionários. Enquanto os executivos do banco recebem valores milionários, uma grande parcela de funcionários ficou sem a integralidade dos 2,2 salários. Os valores absurdos que foram destinados no balanço como provisão para devedores duvidosos também foi alvo de críticas.

Indicou-se a necessidade de rever a lei 10.101, que trata da PLR, bem como as regulamentações fiscais que permitem aos bancos fazer tais provisionamentos, “maquiando” seus balanços e pagando uma PLR menor aos funcionários.

Os programas próprios praticados pelo Itaú precisam ser detalhados e negociados com o movimento sindical, garantindo desta forma que o banco não altere as regras ao seu bel prazer. O número de trabalhadores que não cumpriram as metas impostas pelo banco foi muito grande, demonstrando a abusividade e a impossibilidade de cumprir tais metas.

Sobre a PCR (Participação complementar nos resultados), indicou-se que ela tem que ser mantida e melhorada, seguindo os princípios defendidos e negociados com o movimento sindical: sem meta individual, sem desconto na PLR DA Convenção Coletiva e linear para todos.

A negociação de um PCS (plano de cargos e salários) foi outra reivindicação que os dirigentes sindicais apontaram como fundamental, ainda mais neste momento em que o Itaú tem alterado unilateralmente a nomenclatura de algumas funções, como a de caixa, resultando em desvios de jornada e retirada de direitos.

Ainda neste ponto, destacou-se a necessidade de combater a exigência de certificação CPA10 para os funcionários que trabalham nos caixas.

Plano de Saúde – os dirigentes destacaram a importância do CAPS (Comitê de Acompanhamento do Plano de Saúde), que está discutindo questões fundamentais para a qualidade da assistência médica dos funcionários. O modelo de autogestão também é considerado necessário para que o Plano de Saúde possa atender melhor às demandas dos funcionários.

A centralização do atendimento em São Paulo tem sido um dos problemas enfrentados pelos trabalhadores em relação ao plano. Antes, o atendimento regionalizado permitia maior agilidade na resolução de demandas de saúde.

Saúde e condições de trabalho – o processo de reabilitação no Itaú precisa ser negociado imediatamente, pois é totalmente falho. Foram destacados também os procedimentos para abertura de CAT (Comunicação de acidente de trabalho), em face ao elevado grau de adoecimento que o Itaú tem infligido aos seus trabalhadores. As denúncias ao MPT (Ministério Público do Trabalho) são uma forma de procurar combater problemas decorrentes das péssimas condições de trabalho. Recentemente, o Itaú se viu obrigado a instalar portas de segurança em todas as agências e PABs no Paraná, fruto das denúncias e da atuação do MPT.

Sobre o assédio moral, indicou-se o reforço do canal de denúncias negociado entre o banco e o movimento sindical, através do Acordo de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho.

A forma como o exame periódico tem sido realizado foi duramente criticada pelos presentes, e negociações sobre este tema precisam ser estabelecidas. Além disso, as condições de trabalho dos Gerentes Operacionais, das pessoas com deficiência, dos “feristas”, daqueles que trabalham sozinhos em agências também foram abordadas.

“As orientações prestadas pelos Sindicatos sobre prevenção às doenças físicas e mentais são fundamentais. Hoje os funcionários do Itaú têm sido vítimas de um processo de adoecimento alarmante, fruto da falta de pessoal, das condições de trabalho precárias e da cobrança de metas, dentre outros fatores. Ao lado da luta pelo emprego, a preservação da saúde tem que ser uma das prioridades do movimento sindical”, ressalta Wanderley Crivellari.

Previdência complementar – O conselheiro deliberativo eleitos pelos funcionários da ativa no Funbep, José Altair, explanou sobre o cenário de previdência complementar no Itaú.

As eleições no Funbep (Fundo de Pensão dos Funcionários do Banestado) acontecem de 15 a 22 de março. Também foi informado sobre o processo de eleição dos conselhos da Fundação Itaú Unibanco.

A bandeira de luta indicada pelo Encontro continua sendo a implementação de fundos de pensão para todos os trabalhadores da holding, visto que hoje a maioria dos funcionários não está em nenhum fundo de pensão.

“O Encontro realizado pela Fetec-CUT/Paraná possibilitou que os dirigentes aprofundassem os temas que serão debatidos nacionalmente e destacassem as principais propostas do Estado”, avalia Wanderley Crivellari.

O Encontro Nacional do Itaú Unibanco será realizado nos dias 2, 3 e 4 de abril em São Paulo.