Greve forte mantém ciclo de aumento real da categoria

15 de outubro 2013
* Por Wanderley Crivellari
Os bancários e bancárias venceram a tentativa da Fenaban de acabar com o ciclo de conquista do aumento real, que vem sendo obtido desde 2004.
Foram necessários 23 dias de uma das greves mais longas e fortes dos últimos anos para mostrar aos banqueiros que a categoria não abriria mão de uma conquista tão importante como essa.
O reajuste de 8% nos salários, vales e auxílios representa ganho real de 1,82%. Com isso, acumulamos aumento real nos salários de 18,33% desde 2004.
Com o piso reajustado em 8,5% (aumento real de 2,29%), a categoria acumulou 38,7% de ganho real desde 2004.
Isso demonstra o acerto na estratégia da Campanha Nacional Unificada. A categoria tem mantido os mesmos índices de aumento real nos salários. Os funcionários mais novos de banco podem não saber, mas tivemos períodos recentes em nossa história nos quais os bancos não aplicavam os mesmos índices. Os bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal viveram quase uma década com zero por cento de reajuste.
Além disso, melhoramos os valores a serem pagos na PLR e agregamos novas cláusulas à nossa Convenção, sem perder nenhum direito conquistado nos últimos anos. No que diz respeito ao emprego e à saúde, compromissos foram firmados no sentido de criar grupos de trabalho para aprofundar tais questões.
É óbvio que existem muitos problemas a serem resolvidos, tanto nos bancos privados quanto no BB e na Caixa. Mas durante a Campanha Salarial é muito difícil atacar as questões específicas como um todo. Por isso, precisamos reforçar a Campanha Permanente, cujo foco é mobilizar os bancários e bancárias para as negociações nas mesas específicas de cada banco. E isso deve começar imediatamente.
De forma democrática, os bancários e bancárias puderam participar de todo o processo da Campanha: através da consulta nacional, das Conferências, do dia a dia da greve, das reuniões diárias de avaliação e das Assembleias, que são os fóruns soberanos nos quais os rumos do movimento foram definidos em todos os momentos.
Não há outro sentimento senão o da vitória nesta Campanha Salarial. A categoria venceu a intransigência dos banqueiros e mostrou mais uma vez sua força nos momentos mais decisivos. Valeu pela luta!
* Wanderley Crivellari é presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina.