Contra o descaso dos bancos, greve avança no país

15 de outubro 2015
Descaso. Esta é a palavra para expressar a atitude dos banqueiros que insistem em manter a intransigência e continuam em silêncio. A greve nacional dos bancários completou hoje (15/10) seu 10º dia ainda mais forte em todos os Estados brasileiros. Segundo levantamento feito pela Contraf-CUT, 11.818 agências e 44 Centros Administrativos paralisaram suas atividades em todo o Brasil.
Apesar disso, a Fenaban ainda não se manifestou e não há perspectivas de retomada das negociações. Os banqueiros insistem na proposta rejeitada: reajuste de 5,5%, abaixo da inflação (9,89%), e abono de R$ 2.500,00.
Este reajuste representa para a categoria uma perda real de 4%. O pior dos últimos tempos. Um total desrespeito, visto que, os bancários reivindicam uma proposta de reajuste digno para os salários, com 16%, reposição da inflação mais 5,7% de aumento real, além de mais contratações, melhores condições de trabalho e medidas de atenção à saúde do trabalhador.
Bancos oferecem pouco, mas cobram muito
Os números são de assustar qualquer um. Na tabela divulgada pelo Banco Central, sobre juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, entre os dias 24 e 30 de setembro, revela as altas taxas anuais cobradas por bancos mais populares e que estão entre os seis maiores do País (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC).
Os juros no Itaú chegam a 631,30% ao ano. No Bradesco, a taxa anual é de 494,60%. O levantamento segue com o HSBC, com taxa de 461, 24% e Santander com 432,39% ao ano. Entre os bancos públicos, destaque para o Banco do Brasil com 307,32% de taxa, e a Caixa, a qual cobra 128,22% de juros ao ano nas operações com cartão de crédito rotativo.
Para o Comando Nacional dos Bancários, essas taxas demonstram que não tem sentido o setor que tem mais lucro no Brasil oferecer aos seus funcionários um reajuste que sequer repõe as perdas com a inflação acumulada desde a última data base. Por isso, a greve continua, agregando mais bancários e bancárias para combater a intransigência e a falta de coerência dos bancos.
Fonte: Contraf-CUT