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CPI do HSBC quer informações sobre brasileiros correntistas na Suíça

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17 de abril 2015

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado, que investiga as operações feitas por brasileiros na filial do HSBC na Suíça, quer que 126 pessoas apontadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) informem se, de fato, eram correntistas do banco e se declararam essas contas ao Banco Central e à Receita Federal. O requerimento foi aprovado ontem (16/04) pelos membros da CPI.

"O requerimento se justifica a medida que estamos tomando cuidado de não trabalharmos com informações que não tenham origem legalizada ou fonte formal", disse o relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

O senador Ferraço considera "absolutamente necessário" que, antes de qualquer evolução no sentido de convocar ou convidar essas pessoas, a comissão seja informada. Segundo ele, essas pessoas "estão no radar" do Coaf com indícios de ilicitude.

Como o conselho não faz esse tipo de diligência, apenas apura e encaminha as informações à Receita Federal e à Polícia Federal, a CPI solicitará que os citados na lista digam aos senadores se eram ou se são correntistas da instituição financeira e se declararam essas contas ao Banco Central e à Receita Federal.

Por ausência desse tipo de informação, os senadores decidiram cancelar o depoimento do doleiro Henry Hoyer, marcado para a hoje. Hoyer é apontado nas investigações da Polícia Federal como o segundo operador junto ao PP no esquema de desvio de recursos.

"Nós precisamos de mais elementos e mais informações para o depoimento. Agora, nós vamos ter. Sem essas informações, que são matérias-primas para nós, teríamos que partir do que já foi publicado pela imprensa", avaliou o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (PSOL -AP).

A pedido de Randolfe foi aprovado o envio à CPI de 50 RIF (Relatórios de Inteligência Fiscal), que estão sob responsabilidade do Coaf.

A CPI do Senado tem agendada para o dia 22 de abril reunião reservada com o presidente do HSBC no Brasil, André Guilherme Brandão. Os senadores também vão ouvir, ainda sem data definida, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o jornalista e ex-deputado suíço Jean Ziegler, autor do livro A Suíça Lava mais Branco.

"O HSBC já foi condenado pela Justiça americana em U$ 2 bilhões por ter facilitado a lavagem de dinheiro. Já tem processo na França. Na Bélgica, já repatriaram dinheiro. Temos que saber se aqui também foram criadas condições para a evasão de recursos" disse Ricardo Ferraço.

Fonte: Agência Brasil