BNDES tem novo presidente, nova diretoria e nova política econômica

17 de julho 2019
Sob a desculpa de ‘despedalar’ o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o novo presidente da instituição, Gustavo Montezano, discursou na terça-feira (16/07), em Brasília, que pretende devolver ao tesouro nacional R$100 bilhões. Para tanto, aumentará os juros do crédito subsidiado, diminuindo assim o fomento ao desenvolvimento do país – principal papel do banco.
Sua posse foi acompanhada por Jair Bonsonaro (PSL) e ministros do seu governo, entre os quais o da Economia, Paulo Guedes, que fez coro com Gustavo, reafirmando que vai “desestatizar” o crédito do País, como se os bancos públicos fossem os responsáveis pelas altas taxas de juros cobradas dos brasileiros.
Gustavo Montezano, o novo presidente BNDES é um aliado de primeira hora de Paulo Guedes. Tanto, que em seus primeiros dias presidindo a instituição, já colocou como prioridade a devolução de recursos para a União.
Além disso, Montezano é um nome bastante afeito a Salim Mattar, o secretário de Desestatização e Desinvestimento do governo Bolsonaro. Após a demissão de Joaquim Levy da presidência do BNDES por desacordo com Mattar exatamente sobre as tais ‘pedaladas’, a subida de Montezano ao cargo mostra um acordo total entre ambos.
Diretoria controversa
O novo diretor de Operações do BNDES, Ricardo Wiering de Barros, também empossado, foi advertido em 2016 pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em um caso de espionagem.
A repreensão deu-se por não ter “atuado de forma diligente” na apuração de possíveis irregularidades na gestão da Brasil TELECOM, empresa da qual era conselheiro à época.
Ricardo Wiering de Barros também é bastante próximo à Salim Mattar, com quem atuou na própria secretaria que Salim ocupa hoje. Sua proximidade a Montezano remonta ao Banco Opportunity, fundado por Daniel Dantas, onde ambos trabalharam.
BNDES colocará ações em promoção?
Gustavo Montezano não pretende parar só na ‘despedalada’: quer ainda vender R$ 100 bilhões em participações de outras companhias que o banco possui. Segundo mesmo, o objetivo é ‘redimensionar’ o tamanho do BNDES.
Diminuir o capital e a importância do banco público responsável por acelerar a economia pode ser uma aposta muito errada. Em um momento de crise e estagnação como o atual, o BNDES poderia com sua capacidade e expertise ser uma ferramenta importante para direcionar investimentos para setores-chave, aumentando a geração de emprego e renda.
Acompanhe no vídeo abaixo o que é a tal ‘despedalada’ e como esse termo é um factoide para desestruturar os Bancos Públicos brasileiros.
Fonte: Recontaai