O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) cedeu às pressões da greve dos professores e servidores estaduais, iniciada no dia 9 de fevereiro, e agendou para amanhã (19/02), reunião de negociação para discutir com a APP Sindicato o movimento e, espera-se, apresentar propostas para que seja feito o ajuste das contas do Estado sem reduzir direitos.

A presença de milhares de grevistas na semana passada em Curitiba, aliada aos protestos realizados em diversas cidades levou o governo a solicitar a suspensão dos projetos de lei que estavam em discussão na Assembleia Legislativa. Apesar de ter declarado em entrevistas à imprensa, que seu governo é pautado pela democracia, transparência e respeito, Beto Richa não negociou antes com o movimento sindical as medidas que pretende adotar no ajuste fiscal que diz ser necessário para equilibrar as contas do Estado.

Apesar desse recuo do governador, o movimento se manteve forte durante o feriado prolongado, com manifestações pelo Estado afora, além do acampamento montado pelos servidores em frente ao Palácio Iguaçu. Os Sindicatos que representam as diversas categorias profissionais do serviço público estadual mantém a mobilização para que o “pacote de maldades” não seja reenviado à AL e, também, para que o governo do Paraná pague os salários atrasados, bem como o teço de férias.

Fortalecendo o movimento

Ontem (17/02), feriado de Carnaval, o ataque aos direitos feito por Beto Richa foi tema de marchinhas e motivou a formação de blocos dos grevistas. Em Curitiba, uma van circulou pelas ruas da cidade mostrando fotos do governador e dos deputados estaduais que votaram a favor do “pacotaço”. Era o chamado “Bloco do Camburão”, numa alusão ao veículo blindado da Polícia utilizado pelos deputados para entrar no prédio da AL na última quarta-feira (12/02).

Em Londrina, a Praça em frente ao Aeroporto José Richa foi palco de protestos feitos pelo Bloco “Pacote do Calote”, formado por professores e estudante da UEL (Universidade Estadual) de Londrina.

Nesta quarta-feira (18/02), os funcionários do Detran-Paraná também retomaram a greve que havia sido suspensa em dezembro de 2014. Com desta decisão, os trabalhadores do órgão se unem aos demais servidores estaduais na luta contra o “pacote de maldades” do governador Beto Richa.

Por Armando Duarte Jr.
Jornalista Diplomado - 2.495/PR