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Conscientização sobre o voto é prioridade para movimento sindical bancário

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18 de maio 2018

“A gente ainda não deu conta do formato, mas é preciso que os bancários saibam que mesmo uma campanha salarial vitoriosa que mantenha direitos não será suficiente se o voto nas eleições de outubro for para candidatos que aprovem leis contra os trabalhadores”, afirma Junior Cesar Dias, presidente Fetec-CUT/PR.

Essa preocupação e priorização de um tema espinhoso, que é encarar a política, os políticos, as eleições legislativas e o voto dos trabalhadores em outubro, tem sua parcela de aceitação pela base: de acordo com resultado da Consulta 2018, pesquisa realizada nos locais de trabalho pelos Sindicatos filiados à Fetec, cerca de 90% dos bancários e bancárias do Paraná querem que os Sindicatos divulguem os nomes dos políticos que votaram contra os trabalhadores.

Em contrapartida, 57% desse público assinalou não saber quais partidos políticos orientaram suas bancadas para votar, por exemplo, contra a reforma trabalhista, contra a lei que liberou a terceirização em todas as atividades das empresas e contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do teto dos gastos públicos, temas que, transformados em leis no ano de 2017, prejudicaram, e muito, toda a Classe Trabalhadora e a população brasileira como um todo.

“Nosso desafio é dialogar com os trabalhadores e trabalhadoras para que compreendam que a nossa forma de interferir diretamente é através da escolha de candidatos para os Poderes Executivo (Governo Estadual e Presidência) e Legislativo (deputados federais, estaduais e senadores). São os parlamentares que interferem diretamente na vida de cada cidadão. No preço da gasolina, no preço do feijão. Essas leis mexem nas nossas vidas e quem decide são os representantes que estão lá”, aponta.

Junior Dias compreende que a tarefa árdua de se fazer entender sobre a conscientização do voto referente a nomes de candidatos e partidos políticos não diz respeito somente a um indivíduo, mas sim a propostas de atuação para o País como um todo e não apenas para grupos hegemônicos, como é atualmente. Para ele, os trabalhadores bancários precisam saber que os banqueiros têm a representação deles no Congresso Nacional, assim como os proprietários de grandes faixas de terra no País, os donos de indústrias. E os trabalhadores não têm essa representação. “Na votação da reforma trabalhista, das 800 emendas apresentadas pelos deputados, cerca de 300 foram elaboradas pela Fenaban. Quem votou a favor dos interesses dos banqueiros? Essa interferência nos direitos da Classe Trabalhadora foi feita por quem? É logico que foram os representantes dos banqueiros nos parlamentos, deputados federais e senadores, que foram eleitos com doações polpudas e tiveram que fazer a vontade daqueles que os apoiaram”, explica.

Diante desse cenário, Junior afirma que o desafio é convencer a categoria bancária de que é preciso eleger candidatos que vão representar os trabalhadores, atuar pela manutenção de direitos e inclusive com a possibilidade de revogar a lei que destruiu a CLT. “Não é simplesmente ter um Sindicato forte que resolveremos os problemas. Nós temos que ter nossos representantes no Congresso Nacional para reverter esse quadro e buscar avanços que almejados. Por isso, a condução da campanha salarial será um pouco diferente neste ano”, finaliza.

Por Paula Zarth Padilha/Fetec-CUT/PR