Casos de Covid-19 registrados na base do Sindicato de Londrina de março a julho/2020

A Diretoria do Sindicato de Londrina está fazendo gestões junto à Prefeitura Municipal com o objetivo de garantir maior eficácia nas medidas a serem adotadas pelos bancos no combate à disseminação do novo coronavírus (Covid-19), levando em conta os diversos casos de bancários e bancárias que testaram positivo para essa doença nos últimos quatro meses.

Segundo levantamento feito pela Secretaria de Saúde do Sindicato de Londrina, com base na fiscalização nos bancos, foram registrados 226 casos suspeitos de Covid-19 na categoria, sendo que 9 testaram positivo para a doença, 14 sintomáticos e 11 assintomáticos. Por conta disso, 11 agências bancárias na base territorial da entidade foram fechadas e 16 passaram pelo processo de sanitização.

Para evitar que ocorra o aumento dos casos e ao mesmo tempo garantir a saúde da categoria bancária, familiares, dos clientes e usuários, o Sindicato está buscando a colaboração com do Poder Público para evitar que os bancos sirvam como fator de disseminação e o contagio pelo novo coronavírus.

“Os bancos estão seguindo Protocolos que foram negociados com o Comando Nacional, porém, muitos procedimentos não estão sendo observados por não estarem previstos nos Decretos Federal, Estadual e Municipais. Nosso objetivo é fazer com que a Prefeitura e as autoridades locais estabeleçam em Decreto medidas mais eficazes para o manejo dos casos de Covid-19 e uma padronização dos procedimentos a serem adotados”, explica Laurito Porto de Lira Filho, diretor do Sindicato de Londrina.

 De acordo com Laurito, cada banco adotou um protocolo, sem levar em conta casos pontuais ou mesmo recomendações feitas em portarias e recomendações das autoridades sanitárias, deixando muitas vezes a desejar em relação a uma eficaz atuação no combate ao novo coronavírus. “Na Caixa, por exemplo, eles fazem a sanitização da agência em apenas 30 minutos. Será que isso está correto, o ambiente estará seguro para uso dos funcionários, vigilantes e clientes”, questiona.

Foi observado também na fiscalização feita nos últimos quatro meses junto às agências da base territorial de Londrina que os bancos não comunicam os casos de Covid-19 ao Sindicato ou mesmo para as autoridades públicas, faltando também transparência na divulgação dos casos por meio de comunicados ao público ou nota para a imprensa. “Parece que os bancos estão querendo abafar os casos de funcionários infectados e se preocupam mais com a sua imagem do que com as vidas que estão em risco”, salienta o diretor do Sindicato de Londrina.

Vendas de produtos na contramão do isolamento social

Outra questão levantada pelo Sindicato junto à Prefeitura de Londrina foi a ida dos clientes às agências para assinar contratos de produtos bancários oferecidos por telefone. Com a intenção de ampliar ainda mais seus lucros, os bancos estão pressionando a categoria a cumprir metas cada vez mais altas e isso acaba indo contra as medidas de isolamento social, fazendo com que mais pessoas compareçam às agências.

Esses problemas foram relatados pelo Sindicato em ofício dirigido ao prefeito Marcelo Belinati (PP) e ao secretário de Saúde, Felippe Machado, reunião realizada no dia 16 de julho com Rosilene Machado, diretora Geral da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina.

Eunice Miyamoto, secretária de Saúde do Sindicato de Londrina, afirma que na reunião foi apresentado relatório sobre casos registrados na categoria e denunciadas à Prefeitura as condutas adotadas pelos bancos e solicitado que sejam estabelecidas medidas de contenção do novo coronavírus em Decreto Municipal, pois assim eles não terão justificativa para não seguir as regras.

“É preciso disciplinar os procedimentos, que vão desde a forma como se dará o afastamento dos bancários e bancárias com suspeita de Covid-19, dos colegas que tiveram contato com eles, e até mesmo a sanitização das agências”, defende Eunice.

Segundo Rosilene Machado, o relatório sobre casos da doença na categoria, dados e sugestões apresentadas pelo Sindicato serão repassados ao Coesp (Comitê de Operações Emergenciais da Saúde Pública), responsável pelas ações de contenção do novo coronavírus na cidade, e à Vigilância Sanitária para que sejam tomadas as providências cabíveis no sentido de melhorar o comportamento dos bancos em relação às medidas de prevenção à Covid-19.

Por Armando Duarte Jr.