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Sindicatos da Fetec-CUT discutem demandas do Estado com RH do Itaú

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19 de junho 2019

Dirigentes dos Sindicatos filiados à FETEC-CUT/PR (Federação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito do Paraná) se reuniram no dia 12 de junho, em Curitiba, com representantes do RH do Itaú para discutir questões relacionadas à reestruturação, fechamento de agências e emprego; SQV (Score de Qualidade de Vendas); Programa Agir e cobranças por cumprimento de metas; e a volta das homologações nos Sindicatos.

O debate teve a presença do presidente da FETEC, Júnior César Dias, e José Altair Monteiro Sampaio, coordenador da COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Itaú no Paraná.

O Vida Bancária esteve representado pelos diretores Damião Rodrigues e Zoraide Sanches, de Apucarana, Alex Almeida, de Arapoti, Elizeu Marcos Galvão e Márcio Roberto de Oliveira, de Cornélio Procópio, e João Antonio da Silva Neto, Edvaldo Zanutto e Patrícia Azinari, de Londrina.

Veja a seguir como foram as discussões com o RH do Itaú:

1) Reestruturação, fechamento de agências e emprego

Sobre este assunto, o Itaú, por meio dos seus representantes no RH, informou que o processo de fechamento de agências ainda não foi esgotado, por isso, outras agências no País podem encerrar as atividades. Os dirigentes sindicais lembraram que essa reestruturação tem ido além do fechamento de agências, provocando também demissões de bancários, vigilantes e outros terceirizados. Questionados sobre se haverá mais fechamentos no Paraná, Marco Aurélio disse que não tinha ainda informações, mas se comprometeu em informar ao coordenador da COE (Comissão de Organização dos Empregados) no Estado, José Altair Monteiro Sampaio, sobre possíveis novos encerramentos de agências no Estado.

João Antonio da Silva Neto, diretor do Sindicato de Londrina e representante do Vida Bancária na COE Itaú, lembra que no início de junho, gestores Regionais em Londrina foram categóricos em afirmar que não ocorrerão novos fechamentos de agências em Londrina, onde o banco cerrou as portas de cinco unidades este ano.

2) SQV (Score de Qualidade de Vendas)

O Coletivo de Sindicatos da FETEC-CUT/PR (Federação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito do Paraná) lembrou aos representantes do banco que o SQV não foi criado para ser instrumento de punição e sim para regular a qualidade nas vendas de produtos dos bancos, impedindo abusos na forma de oferecer e na realização da comercialização.

“Sabemos que os bancários são forçados a cumprir metas abusivas, sempre ameaçados de perderem funções, ou mesmo de serem demitidos e isso leva alguns a fazer vendas fora do padrão comercial adequado. Para isso o SQV é um instrumento necessário. Mas o que vem acontecendo é que a gestão do SQV – isso na ponta do atendimento bancário (regionais e agências) – está servindo não como orientador e disciplinador na qualidade das vendas, mas como sendo mais um instrumento punição”, salienta João.

Por isso, na reunião os Sindicatos relataram casos nos quais vários funcionários e funcionárias foram penalizados de forma injusta com carta de advertência (três já impõem demissão por justa causa), sem que tenham cometidos atos inadequados nas vendas, isso porque o cliente compra e, depois de algum tempo, de acordo com seus motivos particulares, desiste da compra.

Marco Aurélio, representante do Itaú, mostrou-se surpreso sobre os relatos dos Sindicatos e, por isso, reafirmou que o objetivo do SQV melhorar a qualidade nas vendas e afirmou que as penalidades aos funcionários relatadas pelos dirigentes sindicais não têm fundamento.

“De acordo com o representante do Itaú, os procedimentos que devem ser seguidos no SQV são de orientação e se isso não está ocorrendo é sinal de que estão ocorrendo falhas em todos os seguimentos da gestão do SQV”, reata o diretor do Sindicato de Londrina.

3) Programa Agir e cobranças por cumprimento de metas

Na reunião com o Coletivo de Dirigentes Sindicais do Itaú no Paraná, ligados à FETEC-CUT/PR, os representantes do banco reafirmaram que a pontuação do Agir está na casa de 1.150 pontos. Eles disseram que se os gestores estão fazendo cobrança sistemática por metas acima dessa pontuação, inclusive usando mensagens pressionando por pontuação de até 2.000, que essa conduta não é de orientação superior.

“Essa posição apresentada pelos gestores do RH transfere a responsabilidade dos abusos na cobrança de metas aos gestores regionais e de agências. É certo que gestor regional e de agências que usa o chicoto para melhorar a pontuação de sua regional ou agência no Agir, mas a lógica da cobrança de metas está na ganância do banco em aumentar ano a ano sua rentabilidade, nem que isso implique no adoecimento dos seus funcionários, sempre ameaçados pelo chicote das demissões. Ao culpar os gestores nos pontos de vendas por abuso na cobrança de metas, os banqueiros tentam escamotear o motivo real disso tudo que está ocorrendo: ou seja, a ganância por mais e mais lucros, independente se isso determina sofrimento e, mesmo, acidentes de trabalho”, aponta João.

4) Volta das homologações nos Sindicatos

Os dirigentes sindicais voltaram a insistir junto ao Itaú para que as homologações de rescisões dos Contratos de Trabalho dos bancários e bancárias sejam feitas nos Sindicatos. O banco, por sua vez, tem afirmado na mesa de negociações com a COE, que não retoma as homologações nos Sindicatos porque esse assunto tem que ser negociado na mesa da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), junto a todos os bancos.

Os dirigentes dos Sindicatos observaram que a Fenaban não está tratando a pauta das homologações com a devida seriedade e cobraram dos representantes do Itaú para que esse tema seja negociado junto à COE.

“Os bancos querem manter o demitido longe do Sindicato para não ter demandas judiciais e, também, para que as entidades não tenham acesso às informações sobre os meios utilizados por eles para infringir os direitos desses trabalhadores. As homologações nos Sindicatos são importantes, para que os bancários e bancárias que venham a ser demitidos possam ter uma correta fiscalização das indenizações e verbas rescisórias, bem como para que possam ser orientados sobre seus direitos em relação a possíveis valores não pagos na rescisão e, ainda, sobre sua saúde e encaminhamentos em caso de doenças adquiridas no trabalho”, argumenta João Antonio.

Por Armando Duarte Jr.